terça-feira, 4 de setembro de 2012

Presidenta Dilma coloca FHC em seu devido lugar, após ele dizer que ela teria recebido herança maldita de Lula


Bem que a presidenta tentou uma relação republicana com o ex-presidente FHC, em cujo governo o Brasil quase quebrou quatro vezes. O homem da privataria, da lista de Furnas, que recebeu dinheiro do mensalão tucano de Minas, como confirmou o capo do esquema, Eduardo Azeredo (leia Azeredo confirma informação do Blog do Mello: Dinheiro do valerioduto tucano irrigou campanha de FHC).

Mas, como na fábula do escorpião e o sapo. a presidenta sentiu na pele o ataque insidioso do homem que se achava o príncipe, mas se viu suplantado por um simples metalúrgico, retirante nordestino.

O despeito, a vaidade ferida (que, no entanto, não se abalou com o chifre que o país sustentou, No Reino da Cornualha, a triste história de Fernandus, de Príncipis a Cornus), fizeram FHC afirmar em artigo que Dilma teria recebido uma herança maldita do ex-presidente Lula.

A presidenta respondeu à altura, com uma nota oficial em que reduz FHC a sua verdadeira dimensão, com uma série de recados nas entrelinhas:

Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.
Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.
Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.
Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.
Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.
Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil [Fonte]

Com o ataque traiçoeiro, a presidenta deve finalmente ter entendido que não é possível uma relação republicana com tucanos e com a mídia corporativa, que não são nem agem como adversários, mas como inimigos, não dela, mas do país.

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