Já foi identificado, em Brasília, o
personagem que conecta interesses oposicionistas a publicações
internacionais, como a revista The Economist e o jornal Financial Times;
trata-se do ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, atual membro do
conselho de administração do Itaú Unibanco, que desfruta de prestígio
junto aos meios financeiros internacionais; periódicos ingleses têm
feito críticas constantes à condução da economia por Guido Mantega e, neste fim de semana, a Economist passou a defender a eleição de Aécio Neves
Os aparatos de inteligência em Brasília – e, que fique bem claro, não
têm qualquer relação com a Abin – já identificaram o nome do personagem
que mais tem trabalhado para conectar os interesses da oposição ao
governo federal a grandes publicações internacionais. Trata-se do
economista Pedro Sampaio Malan, que foi ministro da Fazenda nos oito
anos do governo FHC (1995-2002) e hoje faz parte do conselho de
Administração do Itaú Unibanco.
O exemplo mais recente dessa costura está publicado neste fim de
semana, na revista britânica The Economist. Trata-se de uma reportagem
sobre o processo político no Brasil, em que a publicação defende a
"receita mineira" e o nome de Aécio Neves para o Palácio do Planalto.
Malan é um dos principais conselheiros econômicos de Aécio, assim como o
ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Antes dessa reportagem, a mesma Economist que havia feito uma capa
sobre a decolagem do Brasil, no início do governo Dilma, já havia dado
outras demonstrações de uma guinada em sua política editorial.
Recentemente, a revista pediu, com todas as letras, a demissão do
ministro da Fazenda, Guido Mantega, como única medida capaz de garantir
a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
A Economist foi também seguida pelo jornal inglês Financial Times, que,
além de pedir a cabeça de Mantega, também abriu espaço para que o
presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, reclamasse da política
econômica no Brasil e de supostas mudanças constantes nas regras do
jogo.
Ministro da Fazenda num momento em que o Brasil tinha poucas reservas
internacionais e foi três vezes ao Fundo Monetário Internacional, Malan
conquistou muito prestígio junto aos círculos financeiros
internacionais. A aproximação com o Unibanco se deu quando o banco dos
Moreira Salles obteve autorização para incorporar a chamada parte boa
do extinto Nacional. E quanto o Unibanco se fundiu com o Itaú, Malan
foi guindado ao conselho de administração.
Discreto, o ex-ministro da Fazenda pouco fala com a imprensa, mas suas
movimentações internacionais já dispararam o alarme em Brasília. Já
sabe, por exemplo, que a agenda da oposição rumo ao Planalto passa por
questões como a suposta estagflação (crescimento baixo e inflação
alta), o desempenho da Petrobras e a estratégia do BNDES de fomentar
"campeões nacionais".
Novos ataques virão. Com a assinatura de Malan.
No 247
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