Do Brasil 247 - 30 de Março de 2013 às 11:26
Quem baixou os juros, reduziu as tarifas de
energia elétrica, derrubou impostos, segurou o preço dos alimentos,
manteve o emprego em alta, ufa!, e está acabando com a miséria e
promovendo redistribuição de renda?; para o marqueteiro João Santana,
Dilma, Dilma, Dilma; ele centra campanha à reeleição da presidente na
coleção de "marcas próprias" que ela pode exibir, sem medo de mostrá-la
como uma mãe social e uma ótima gestora de governo; arsenal vai crescer
em pronunciamento no feriado de 1º de maio
A queda dos juros bancários, a redução nas tarifas de energia elétrica e a manutenção dos preços dos alimentos são, neste momento, as "marcas próprias" de Dilma e seu governo que serão mais exploradas nas mensagens que ela vai transmitir nos horários políticos do PT e, sem dúvida, em seus pronunciamentos oficiais.
MOMENTO MIDIÁTICO _ O próximo grande momento midiático de Dilma vai ocorrer no feriado de 1º de Maio, o Dia do Trabalhador. Um pacote de desonerações de impostos para o setor de ônibus urbanos poderá ser anunciado. A intenção é obter, ao menos, a manutenção dos preços das tarifas. Isso aliviaria a inflação, tecnicamente, e politicamente deve trazer mais dividendos para a imagem da presidente. Na mais recente pesquisa Ibope, com 76% de intenções de voto Dilma exibiu taxa três vezes maior que a da soma de seus adversários. Representaria uma vitória folgada, e consagradora, em primeiro turno.
Os porcentuais recordes e projeções otimistas sobre o desempenho da economia no segundo semestre proporcionam um clima de otimismo concentrado entre o staff para as principais questões de comunicação, do qual, além de Santana, fazem parte os ministros Fernando Pimentel e Aloizio Mercadante, o senador Delcídio Amaral e o secretário-geral do PT, deputado Paulo Teixeira. Todos cruzam números, e já se espera comemorar o crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre, mas ainda é empírica a avaliação de que o segundo semestre será de aquecimento econômico. A aposta é que as medidas do governo, centradas nas desonerações fiscais, surtam mais efeito em combinação com as reduções nos juros e nas tarifas de energia elétrica.
Entre dezembro e janeiro, o Ibope apurou um crescimento de 9% nas intenções de voto da presidente. O dado levou o marqueteiro João Santana a concluir que não há o que mudar na linha de comunicação presidencial, mas muito a aprofundar. O slogan O fim da miséria é só um começo, usado no momento em que Dilma anunciou ampliações do programa Bolsa-família será sucedido por outros sobre decisões específicas.
A toda oportunidade, especialmente nos horários partidários pela tevê, a imagem de Dilma será mostrada em dois planos: o de mãe social e gestora eficiente. A mensagem que será bombardeada é a de uma presidente que alavancou o desenvolvimento social e redistribuiu renda como forma de patrocinar o ingresso do Brasil no primeiro mundo. Os benefícios distribuidos à população, especialmente a mais pobre, fazem parte de um plano que está dando certo, e vai tirando décadas de atraso nas políticas sociais.
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