“Dois anos atrás, Cristina Kirchner foi
reeleita em 1º turno com a maior votação da história da Argentina, desde o
processo de redemocratização; pesquisas mostram que Dilma Rousseff tem tudo
para repetir a façanha, com números ainda melhores; é a volta do "efeito
Orloff"?
"Eu sou você amanhã". Com esse
bordão, usado num comercial de bebidas, nasceu a expressão efeito Orloff,
geralmente aplicada para a relação entre Brasil e Argentina. O que lá
acontecia, geralmente, se repetia por aqui alguns anos depois. Eles fizeram o
plano Alfonsín; nós, o Plano Cruzado. Depois, os argentinos lançaram o plano
Cavallo; nós, o real. Eles elegeram a primeira mulher, Cristina Kirchner; nós,
Dilma Rousseff.
Dois anos atrás, Cristina foi também a
primeira mulher a se reeleger na América Latina – e com uma votação esmagadora.
Ela venceu em primeiro turno, com 53% dos votos válidos e mais de 35 pontos de
vantagem sobre seu oponente mais próximo. Será que o "efeito Orloff"
está pronto para se repetir mais uma vez?
A julgar pelos números do Datafolha e do
Ibope, tudo indica que sim – e num cenário em que Dilma Rousseff
teria ainda mais facilidade do que sua colega argentina. Na última pesquisa
Datafolha, divulgada na sexta-feira, Dilma foi de 54% a 58%. Além disso, uma
sondagem feita pelo Ibope revelou que seu potencial de votos chega a 70%. São
números tão impressionantes que o escritor Zuenir Ventura lembrou que nem FHC
nem Lula chegaram aos pés de Dilma.
Com uma popularidade tão alta, a presidente
tem um bom argumento nas mãos para endurecer o jogo com os aliados. Até
recentemente, os líderes de partidos políticos como PR, PSD, PDT e PTB estavam
entrando no Palácio do Planalto com a faca nos dentes. Exigiam cargos e
ministérios, em troca do apoio em 2014. Talvez eles comecem a perceber que não
são tão necessários como imaginavam.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário