Valter Lima, do Sergipe 247 – A presidente Dilma
Rousseff (PT) anunciará nesta segunda-feira (25) um pacote de medidas
para ajudar as vítimas da seca, que assola toda a região Nordeste e
parte do Estado de Minas Gerais. A ação, além do caráter emergencial
diante dos problemas causados pela longa estiagem, também tem um
componente eleitoral. Será uma das formas da presidente neutralizar as
investidas do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidenciável
do PSB, na região. Não é sem razão que o anúncio das medidas ocorrerá no
Estado do possível adversário de Dilma em 2014.
Entre as ações estão a desburocratização da aplicação e liberação de
recursos, a distribuição e o transporte de ração para áreas de maior
dificuldade de chegada dos produtos, a liberação de crédito para o
produtor e de verba para a limpeza de barreiras e de barragens, além da
perfuração de novos poços artesianos.
De acordo com o deputado federal Rogério Carvalho (PT/SE), em conversa
com o Sergipe 247, as medidas são acertadas, pois irão ao encontro das
necessidades mais urgentes dos sertanejos. “A desburocratização da
aplicação dos recursos é extremamente importante, pois estamos numa
situação de anormalidade, de escassez de chuva e de sofrimento humano
por causa da dizimação do rebanho, das pastagens e das lavouras.
Portanto, não dá para tratar como se tivesse na normalidade, com muita
burocracia”, afirmou.
O parlamentar também explicou que a liberação de crédito para o pequeno
produtor servirá para que ele possa manter seu rebanho e a perspectiva
da sua atividade econômica. Rogério ainda ressaltou que a vinda da
ministra Ideli Salvatti a Sergipe na terça-feira (26), para o encontro
com prefeitos, também tem a ver com este assunto.
O pacote de ações da presidente para os brasileiros prejudicados pela
longa estiagem foi destacado neste sábado (23), na coluna “Painel”,
assinada pela jornalista Vera Magalhães, na Folha de S. Paulo. O jornal
diz que o anúncio “será um contraponto a medidas adotadas por Eduardo
Campos (PSB), potencial adversário de Dilma em 2014, que liberou
recursos para 186 cidades”. Completa a publicação: “O Planalto teme ser
responsabilizado pelos prejuízos da estiagem. A ministra Ideli Salvatti
foi escalada para tranquilizar prefeitos sobre a celeridade dos
repasses”.
Inicialmente prevista para durar a segunda-feira inteira, a visita de
Dilma foi encurtada, porque ela participará na tarde do mesmo dia da
missa na Catedral de Petrópolis, no Rio de Janeiro, em memória às
vítimas das chuvas na serra fluminense. Por isto, a agenda em Pernambuco
que inicialmente previa compromissos em Recife e Serra Talhada, foi
reduzida à apenas a inauguração do Sistema Adutor Pajeú, em Serra
Talhada. Não há previsão de encontro reservado entre Dilma e Campos.
Na última vinda ao Nordeste, em 12 de março, quando visitou obras em
Alagoas, Dilma já havia dito da necessidade de criação de medidas
emergenciais para minimizar os efeitos da seca. À época, a presidente
afirmou que sua equipe estava estudando uma forma de recuperar os
rebanhos de animais, muitas vezes, dizimados durante a seca, e disse que
insistiria na manutenção de um programa de distribuição de sementes.
Ao Sergipe 247, o deputado federal Rogério Carvalho disse que “essa é
uma preocupação hoje que deve ocupar a mente de todos os homens públicos
do Brasil”. “A situação é muito grave, o sofrimento dos produtores é
muito grande. Estamos tendo já a falta de forragem e de ração,
inclusive, para garantir o sustento dos animais. Em algumas áreas do
semiárido nordestino já não tem fonte de água a se recorrer, tendo falta
até para o consumo humano”, alertou.
Do Blog O TERROR DO NORDESTE.
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