Democracia x Judiciário: Como surge um ‘Fux'?
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As revelações de ex-ministro José Dirceu sobre os bastidores da campanha
de Luiz Fux à Suprema Corte não são novas. Nem por isso deixam de
inspirar um misto de constrangimento e perplexidade pelo avançado
despudor que revelam no acesso a um posto, teoricamente reservado à
sobriedade e a isenção. Pregoeiro de um leilão em que era a própria
mercadoria, Fux teria ofertado a Dirceu o seu voto de absolvição no
julgamento da AP 470. O que ele fez dessa promessa é sabido e revelador.
Não cabe discutir o caráter dos escolhidos para o STF. O fato é que o
saldo do método não é dos melhores. Exposta aos holofotes e às tenazes
do cerco midiático, durante quatro meses e meio, aquela corte soçobrou à
genuflexão desfrutável pelo enredo conservador montado em torno do
julgamento da AP 470.
O conjunto empresta contundente atualidade ao debate ora em curso na
Argentina, onde a Presidente Cristina Kirchner acaba de enviar ao
Congresso seis projetos destinados a democratizar as instâncias do
judiciário. A composição da Suprema Corte brasileira obedece a uma
mecânica de indicação mais antidemocrática e viciada que a do Vaticano
na escolha do Papa. O caso do ministro Fux é ilustrativo de um vício de
origem que acolhe as naturezas mais voluntariosas e melífluas.
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