Novo estádio Mané Garrincha, em Brasília |
Do Blog do Miro - 28/05/2013
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Por Bepe Damasco, em seu blog:
Também não concordo com a concessão tipo de pai para filho do governo do
estado do Rio para o consórcio liderado por Eike Batista, pois traz
vultosos prejuízos para o erário. Mas é bom separar o joio do trigo.Uma
coisa é a crítica de quem torce a favor. Outra bem diferente é a mal
disfarçada torcida do PIG contra o Brasil . Quem tomasse como verdades
as bobagens publicadas pelos jornalões brasileiros nos últimos anos
chegaria a conclusão de que nenhum estádio ficaria pronto a tempo de
sediar a Copa das Confederações.
Os conteúdos das incontáveis matérias de O Globo, Folha, Estadão e Veja não davam margem a dúvidas : o atraso das obras apontava para um grande mico, com danos planetários para a imagem do país. As arenas não seriam entregues para a Copa das Confederações. Até mesmo a Copa do Mundo corria riscos. A correria obrigaria o público a frequentar verdadeiros pardieiros, com entulhos para todo lado, além de falta de água, de luz , dificuldades crônicas de acesso, assentos soltos e o escambau.
Como no Brasil é mais fácil um burro passar por um buraco de agulha do que a velha mídia ensaiar qualquer coisa que lembre uma tênue autocrítica, a moda da vez agora é pegar no pé dos eventos testes. Qualquer aluno da primeira série do ensino fundamental sabe que teste serve exatamente para avaliar seu aprendizado e grau de eficiência. O mesmo vale, evidentemente, para uma praça de esportes. E é muito bom, desejável mesmo, que as falhas ocorram agora, para que sejam corrigidas antes de a bola rolar para valer nas competições internacionais.
Contudo, o tom alarmista da mídia sugere a aproximação de uma catástrofe. Se falta água num banheiro durante um evento teste, é sinal de que na Copa todos os vasos sanitários estarão entupidos; se refrigerantes e sanduíches acabam antes da hora, os frequentadores podem se preparar para morrer de fome e de sede; se houve fila e tumulto na entrada, o incauto que comprar ingresso para a Copa corre sério risco de ser pisoteado ; se não foi fácil comprar ingresso agora, só restará ao torcedor assisitir aos jogos da Copa em casa ou ficar refém de cambistas; se um ínfimo pedaço de lona cedeu na Fonte Nova, a cobertura certamente desabará em breve sobre as cabeças dos baianos.
Não dá, né. Caso fosse de fato sincera a ação da mídia monopolista em defesa de torcedores, consumidores e cidadãos brasileiros, as matérias sobre os preparativos para a Copa das Confederações e Copa do Mundo seguiriam outra linha. Por exemplo : por que o Maracanã, que custou uma fortuna aos cofres públicos estaduais, foi parar na mãos do Eike Batista por uma ninharia mensal ? Ganha um doce quem responder que este tipo notícia não sai porque o consórcio do Eike é formado por muitos anunciantes de peso do PIG.
E nas outras arenas, como se deram as concessões ? O interesse público foi preservado pelos governos dos estados ou aconteceu como no Rio de Janeiro ? Cadê as reportagens sobre o assunto ? Na minha opinião, desde que não se deem em áreas essenciais como saúde e educação, as concessões não são um mal em si. Tudo depende exatamente dos termos que regem o negócio. Estes não podem ser lesivos aos cofres públicos, enquanto fazem a festa das concessionárias. Por defender cegamente quaisquer modalidades de privatização, a mídia faz vista grossa para tudo isso. Prefere denunciar a "rebimbela da parafuseta" que está fora do lugar nos estádios.
Os conteúdos das incontáveis matérias de O Globo, Folha, Estadão e Veja não davam margem a dúvidas : o atraso das obras apontava para um grande mico, com danos planetários para a imagem do país. As arenas não seriam entregues para a Copa das Confederações. Até mesmo a Copa do Mundo corria riscos. A correria obrigaria o público a frequentar verdadeiros pardieiros, com entulhos para todo lado, além de falta de água, de luz , dificuldades crônicas de acesso, assentos soltos e o escambau.
Como no Brasil é mais fácil um burro passar por um buraco de agulha do que a velha mídia ensaiar qualquer coisa que lembre uma tênue autocrítica, a moda da vez agora é pegar no pé dos eventos testes. Qualquer aluno da primeira série do ensino fundamental sabe que teste serve exatamente para avaliar seu aprendizado e grau de eficiência. O mesmo vale, evidentemente, para uma praça de esportes. E é muito bom, desejável mesmo, que as falhas ocorram agora, para que sejam corrigidas antes de a bola rolar para valer nas competições internacionais.
Contudo, o tom alarmista da mídia sugere a aproximação de uma catástrofe. Se falta água num banheiro durante um evento teste, é sinal de que na Copa todos os vasos sanitários estarão entupidos; se refrigerantes e sanduíches acabam antes da hora, os frequentadores podem se preparar para morrer de fome e de sede; se houve fila e tumulto na entrada, o incauto que comprar ingresso para a Copa corre sério risco de ser pisoteado ; se não foi fácil comprar ingresso agora, só restará ao torcedor assisitir aos jogos da Copa em casa ou ficar refém de cambistas; se um ínfimo pedaço de lona cedeu na Fonte Nova, a cobertura certamente desabará em breve sobre as cabeças dos baianos.
Não dá, né. Caso fosse de fato sincera a ação da mídia monopolista em defesa de torcedores, consumidores e cidadãos brasileiros, as matérias sobre os preparativos para a Copa das Confederações e Copa do Mundo seguiriam outra linha. Por exemplo : por que o Maracanã, que custou uma fortuna aos cofres públicos estaduais, foi parar na mãos do Eike Batista por uma ninharia mensal ? Ganha um doce quem responder que este tipo notícia não sai porque o consórcio do Eike é formado por muitos anunciantes de peso do PIG.
E nas outras arenas, como se deram as concessões ? O interesse público foi preservado pelos governos dos estados ou aconteceu como no Rio de Janeiro ? Cadê as reportagens sobre o assunto ? Na minha opinião, desde que não se deem em áreas essenciais como saúde e educação, as concessões não são um mal em si. Tudo depende exatamente dos termos que regem o negócio. Estes não podem ser lesivos aos cofres públicos, enquanto fazem a festa das concessionárias. Por defender cegamente quaisquer modalidades de privatização, a mídia faz vista grossa para tudo isso. Prefere denunciar a "rebimbela da parafuseta" que está fora do lugar nos estádios.
Haja saco!
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