Presidente do PSDB ataca a política econômica do governo na tevê, e TSE identifica campanha antecipada e manda mudar a edição.
Muito prazer, sou candidato
O candidato a Presidência Aécio Neves (PSDB), lançou programa de TV, com
ataque à política econômica, que foi recebido como campanha antecipada
ao Planalto.O TSE mandou o partido mudar o vídeo
Aécio Neves foi a estrela, no fim de semana, do programa nacional de
televisão do PSDB. Foram três filmes de 35 segundos cada, transmitidos
em rede nacional de TV e rádio. O primeiro traz uma rápida biografia de
Aécio. O segundo, mostra suas realizações como governador de Minas. E o
terceiro foi dedicado à inflação, tema que deverá ser o carro-chefe das
críticas contra o governo Dilma Rousseff.
Em linguagem coloquial, típica de candidato, Aécio diz que a inflação
"volta a bater na porta dos brasileiros"; que o governo federal precisa
equilibrar suas contas, pois "gasta mais do que arrecada" e "a conta não
fecha"; e que, para o PSDB, "a hora é de tolerância zero com a
inflação".
O Partido dos Trabalhadores (PT) não perdeu tempo. Entrou ontem no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido de punição pesada ao
PSDB - multa e cassação de 25 minutos da propaganda eleitoral, por
antecipar a campanha eleitoral à presidência. O TSE concordou que Aécio
estava fazendo campanha antecipada à Presidência da República, mas deu
uma punição branda: a ministra Laurita Vaz exigiu apenas que o PSDB
substitua o vídeo.
Apesar disso, Aécio não deixará de dar destaque a campanha eleitoral no
programa do partido que deverá ir ao ar no próximo dia 30. O Candidato
tucano o usará boa parte dos 10 minutos de TV para atacar o governo
Dilma no campo econômico e deixar claras suas intenções eleitorais,
ainda que indiretamente, para evitar punições do TSE.
Fora da TV, a inflação também é destaque no portal "Conversa com os
brasileiros", lançado pelo PSDB semana passada. A estocada no governo
aparece no próprio slogan do site: "País rico é pais sem inflação",
paródia ao slogan do governo Dilma: "País rico é país sem pobreza".
Apesar da campanha antecipada de Aécio, para o cientista político
Humberto Dantas, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper),
de São Paulo, a questão inflacionária ainda não é um problema grave a
ponto de sensibilizar a população para a escolha de um candidato
opositor de Dilma. "O brasileiro precisa sentir no bolso.
Por mais que seja uma preocupação, ainda não aparece como um problema
real", afirma. "Inflação que varia entre 6% e 6,5% ainda é um discurso
fácil de ser combatido pelo governo, que manteve a estabilidade do
emprego."
Na propaganda de Aécio também fica clara a intenção de dialogar com os
eleitores das classes C e D. Em entrevista ao programa de TV do
apresentador Ratinho, Aécio foi categórico ao tentar resgatar a autoria
pelo programa Bolsa Família - um ícone do governo petista - dizendo que
Fernando Henrique Cardoso foi o "pai" da ideia.
Para o cientista político Humberto Dantas, buscar um diálogo mais
próximo das classes C e D é positivo, mas o PSDB deveria ter feito isso
desde 2003. Com informações do jornal Brasil Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário