“Passados meses do fim do espetáculo do
julgamento do “mensalão”, fica cada vez mais evidente que o STF sucumbiu à
mídia e acabou se tornando o protagonista de uma onda de comoção criada para
uso político. Por Maria Inês Nassif
Maria Inês Nassif, Carta Maior
A história ainda julgará o Supremo Tribunal
Federal (STF) pelo dia 17 de dezembro de 2012, quando a mais alta Corte
brasileira concluiu o julgamento do chamado “mensalão”. Nos cinco meses seguintes
ao gran finale do show midiático promovido pelos ministros do Supremo durante
todo o processo eleitoral, ocorreu uma sucessão de fatos que desmontam várias
das condenações dadas aos envolvidos no caso. Existe um vigoroso conjunto de
novas provas produzidas pelos advogados e acusados, boa parte delas
desconsiderada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e pelo
relator da matéria no STF, ministro Joaquim Barbosa, e desmentidos lógicos a
premissas importantes do julgamento – que, se houver alguma racionalidade e
justiça no julgamento dos embargos dos condenados, poderá resultar na redução
de pena de vários deles; e, no limite, pode inocentar os casos mais flagrantes
de condenação sem provas, ou a condenação por provas que não eram provas.
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