Do
Viomundo - 18 de dezembro de 2011 às 0:05
Ilustração
Berze
por
Luiz Carlos Azenha
Surpreso,
assustado e feliz. Amaury Ribeiro Jr. não esperava testemunhar o que
testemunhou nos últimos dias. Não tinha a dimensão do poder da
blogosfera para pautar a opinião pública. Aprendeu vendo.
O livro é certamente um fenômeno editorial. É natural que o debate nas mídias sociais a respeito do
Privataria Tucana
esfrie. Por isso, em 2012, a prioridade de Amaury será atender às
dezenas de convites para eventos que recebeu de todo o Brasil. “Tem uns
duzentos convites”, diz ele.
O repórter pretende definir, em
conjunto com a Geração Editorial, um calendário para tardes ou noites
de autógrafo, debates e palestras. O objetivo, segundo Amaury, é dar a
ele a oportunidade de agradecer pessoalmente aos milhares de
internautas que, ao fim e ao cabo, são os responsáveis pelo sucesso do
livro, já que fizeram a divulgação de forma espontânea nas mídias
sociais, em comentários de blogs e produzindo suas próprias resenhas.
Como
projeto de longo prazo, disse Amaury anteriormente, uma investigação
sobre como as privatizações beneficiaram grupos de mídia direta ou
indiretamente, o que talvez ajude a explicar o silêncio de algumas
empresas jornalísticas em relação ao livro.
O autor frisa sempre
que, apesar de ter incluído mais de 100 páginas de documentos no livro,
dispõe de vasto material obtido a partir de um processo movido contra
ele por Ricardo Sergio de Oliveira, um dos arquitetos das privatizações
e personagem central do
Privataria. Amaury usou o instituto da “exceção da verdade” para obter os documentos.
Amaury
diz que está tranquilo quanto a futuros processos do PSDB ou de
personagens citados no livro: pretende usar as eventuais ações
judiciais para obter novos documentos. Ficou feliz com o aparente
sucesso do deputado Protógenes Queiroz no recolhimento de assinaturas
para uma CPI da Privataria. O Protógenes entende das minúcias, de toda a
complexidade das operações, afirma o jornalista.
O deputado do
PCdoB diz ter conseguido mais que as 170 assinaturas necessárias para
garantir a instalação de uma CPI: espera conquistar o apoio de 250
deputados para o requerimento que apresenta na quarta-feira da semana
que vem. Protógenes, aliás, diz que entende perfeitamente a posição
assumida pelo governo Dilma em relação ao assunto — de aparente
neutralidade –, mas afirma contar com grande apoio de parlamentares do
PT.
De seu ponto-de-vista, Amaury diz que o mais interessante
será travar um debate público sobre os métodos de lavagem de dinheiro e
a legislação que permite a empresas baseadas em refúgios fiscais fazer
‘investimentos’ no Brasil sem identificar os sócios ou a origem do
dinheiro.
É o que permite, como diz Amaury no popular, que gente lave dinheiro “batendo o escanteio e subindo para cabecear”.
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