domingo, 18 de dezembro de 2011

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Final da Copa deverá receber mil jatinhos
Já a abertura do Mundial de 2014 deve acrescentar cerca de 500 aviões ao tráfego aéreo da cidade de São Paulo
Para acomodar a demanda, governo usará aeroportos secundários, a mais de 100 km das sedes
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
Acomodar a demanda de aviões executivos, que transportarão chefes de Estado, autoridades, organizadores, patrocinadores, entre outros VIPs, será um dos maiores desafios da Copa do Mundo.
A Aeronáutica, responsável pelo controle do espaço aéreo, estima que entre 750 e 1.000 aviões da chamada aviação geral pousarão no Rio no dia da final da Copa.
Considerando que cada aeronave representa dois movimentos (pouso e decolagem), serão entre 1.500 e 2.000 movimentos só na final.
Para efeito de comparação, o aeroporto internacional do Galeão, no Rio, tem capacidade para operar 960 movimentos por dia.
O planejamento aeronáutico prevê três ou quatro chefes de Estado, pelo menos, a depender da classificação do Brasil para a final: a presidente Dilma Rousseff, o anfitrião da Copa seguinte (Rússia) e os líderes dos países que estarão na final.
No dia da abertura do Mundial, a previsão para São Paulo é de 500 aeronaves (1.000 movimentos).
Congonhas, que funciona 17 horas por dia, consegue receber, no máximo, 578 movimentos. E em dias normais de jogos, a estimativa do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão da Aeronáutica, é de 200 a 250 aviões.
Ainda que sejam de pequeno porte, comparados com os jatos da aviação comercial, para o controle de tráfego aéreo o tamanho do avião é indiferente.
"Por ter um caráter menos controlado, a demanda da aviação geral é mais difícil de planejar e, por isso, é mais preocupante", diz a secretária de Navegação Aérea da SAC (Secretaria de Aviação Civil), Clarice Bertoni.
DISTÂNCIA
Como os 16 aeroportos que atendem mais diretamente as 12 cidades-sede estarão no limite ou próximo da capacidade com a aviação comercial (voos regulares mais fretamentos), a aviação executiva terá de ser acomodada em aeroportos secundários, localizados a 100, 200 km (em alguns casos, até 500 km).
O principal gargalo que esses aeroportos vão suprir é em termos de pátio de estacionamento.
O governo já identificou os aeroportos secundários. São 44, mais uma dezena de bases aéreas. "Estamos mapeando a capacidade e as condições desses aeroportos para poder identificar os investimentos necessários para adequá-los para atender a demanda", diz Bertoni.
Os estudos devem ficar prontos só em meados do ano que vem, mas Bertoni assegura que vai dar tempo de realizar os investimentos até a Copa. "Esse assunto está no topo das prioridades."
A distância dos aeroportos secundários deverá aquecer ainda mais a demanda por helicópteros, avalia o sócio e consultor de planejamento de aeroportos da Planway, Oswaldo Sansone. "Será como na Fórmula 1 em Interlagos, que já é a segunda maior operação de helicópteros no mundo."

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