quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CNI estima alta de 7,1% este ano na indústria

Do Blog do Favre.


ACELERANDO – Fábrica da Tecumseh: horas trabalhadas aumentaram 4,7% no fim de 2009 no País

Recuperação começou em dezembro de 2009, que foi o pior ano do setor desde 2003, com queda de 7,6%

Renata Veríssimo, BRASÍLIA – O Estado SP

A indústria de transformação fechou 2009 com o pior resultado da série histórica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), iniciada em 2003. Os dados de dezembro, no entanto, mostram um processo de aquecimento da produção. A expectativa da CNI é que os indicadores voltem aos níveis anteriores à crise até o fim do primeiro semestre. Sua estimativa é de expansão de 7% este ano.

Em 2009, o faturamento real da indústria caiu 4,3% ante o ano anterior. O número de horas trabalhadas, que mede a produção, recuou 7,6% e o emprego, 3,1%. A massa salarial real do trabalhador no setor teve retração de 1,5% em relação a 2008. Esses são os únicos resultados negativos anuais em toda série histórica da CNI.

“A consequência da crise para a indústria foi um retrocesso forte. A conta da crise no Brasil foi paga pela indústria”, afirmou o economista-chefe da CNI, Flavio Castelo Branco. “Até meados do ano, gradualmente, vamos voltar aos patamares que vigoravam em setembro de 2008.”

O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) fechou em 81,7% em dezembro, pelos dados com ajustes sazonais. Em dezembro de 2008, ainda no auge da crise, o indicador era de 79,4%. O economista destacou que, embora a utilização do parque fabril venha crescendo de forma gradual, ainda está longe dos níveis médios de 2008. A média em 2008 foi de 82,6% e, em 2009, de 79,8%.

“É preciso acabar com essa mística de que capacidade instalada alta é ruim. É bom que seja alta. Ociosidade é custo e não estimula investimentos”, disse. Em setembro de 2008, último mês naquele ano que não sofreu o impacto da crise, o nível de uso do parque industrial era de 83%. Castelo Branco disse que o índice atual é suficiente para estimular investimentos sem risco de elevação nos preços industriais para atender à demanda.

RECUPERAÇÃO

Os números de dezembro mostraram o processo de reaquecimento da indústria. O faturamento real já é 0,2% maior que em setembro de 2008. Esse indicador cresceu 3,5% na comparação com novembro de 2009 e 12,2% ante dezembro de 2008, em razão da fraca base de comparação.

Dos 19 setores pesquisados, só quatro tiveram queda no faturamento em dezembro ante igual mês de 2008: material eletrônico e comunicação, refino e álcool, madeira e vestuário.

O número de horas trabalhadas é o índice que se recupera mais lentamente. O indicador de dezembro de 2009 ainda se mostra 7,1% inferior ao de setembro de 2008. Também houve leve recuo, de 0,4%, em relação ao mês anterior, após três meses seguidos de expansão. Mas subiu 4,7% na comparação com dezembro de 2008. Foi o primeiro resultado positivo desse indicador em 2009, em relação ao mesmo mês do ano anterior.

O emprego teve em dezembro a maior expansão mensal desde o início da série histórica: 1,7% ante novembro. Em relação a dezembro de 2008, a alta foi de 0,2%. A massa salarial real cresceu 0,2% em dezembro de 2009, ante igual mês de 2008.

Postado por Luis Favre
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