Como se sabe, a grande estadista chilena
Mônica Serra foi à Baixada Fluminense, no Rio, dizer que o Bolsa
Família estimulava a vagabundagem.
Além de insinuar que a candidata Dilma Rousseff estimulava o aborto clandestino.
Foi o ponto quase-alto da campanha edificante do Padim Pade Cerra –
que se encontrou com Aécio Never no Círio de Nazaré.
O ponto efetivamente alto foi a bolinha de papel,
devidamente desmascarada por um professor de informática do Rio Grande do Sul.
Agora se sabe que o Bolsa Família é tri-campeão mundial.
Que horror !
Saiu na
Agência Brasil:
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil lidera pela
terceira vez o levantamento da organização não governamental (ONG)
ActionAid, divulgado hoje (10), que lista os países que mais combatem a
fome. Desta vez, o anúncio de mais investimentos para a agricultura
familiar levou o Brasil ao topo do ranking. Malauí, Ruanda, Etiópia e
Tanzânia completam as cinco primeiras posições.
O relatório lista resultados do
Programa Fome Zero, que levou à redução da desnutrição infantil em 73%
entre 2002 e 2008, e elogia a inclusão do direito à alimentação na
Constituição Federal em fevereiro de 2010.
A iniciativa mais recente do
país no combate à insegurança alimentar, segundo a ONG, foi o anúncio de
R$ 16 bilhões para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012,
para investimentos na produção de alimentos, geração de renda no campo e
organização econômica de agricultores familiares, assentados da reforma
agrária e povos e comunidades tradicionais.
Apesar dos bons resultados,
segundo a ActionAid, o Brasil precisa avançar na distribuição de terras,
uma das mais desiguais do mundo. De acordo com o relatório, 56% da
terra agricultável estão nas mãos de 3,5% dos proprietários rurais. Os
40% mais pobres têm apenas 1% dessas terras.
“O país precisa resolver a
profunda desigualdade no acesso à terra e assegurar que os novos
processos de crescimento não gerem novas exclusões por meio do
deslocamento das populações. E ainda há 16 milhões de pessoas em
situação de extrema pobreza, altamente vulneráveis à fome. Essas pessoas
são profundamente excluídas, são necessárias políticas públicas muito
específicas e desenhadas para esse grupo”, avaliou o coordenador
executivo da ActionAid Brasil, Adriano Campolina.
Segundo ele, pode ser
compartilhada com outros países a experiência brasileira em iniciativas
de transferência de renda e políticas de proteção social e segurança
alimentar, como os programas de merenda escolar e de construção de
cisternas em regiões semiáridas.
Na avaliação global, o
levantamento aponta que apesar de recentes avanços no combate à fome e à
insegurança alimentar, o mundo está prestes a enfrentar uma agravamento
da crise de oferta de alimentos. Entre as causas estão os efeitos das
mudanças climáticas e a perspectiva de aumento de preço dos alimentos,
que deverá levar mais 44 milhões de pessoas à pobreza. De acordo com a
ActionAid, a demanda de terras para a produção de biocombustíveis deve
continuar inflacionando o preço dos alimentos.
De acordo com Campolina, a
crise econômica também deve frear os esforços internacionais de combate à
fome. “Em um ambiente de crise há menos recursos disponíveis tanto para
a ajuda externa quanto para o investimento doméstico em agricultura, o
que pode levar a uma diminuição dos recursos que poderiam ser destinados
à agricultura familiar e sustentável. Apesar que boa parte do que se
ouviu até hoje sobre promessa de ajuda dos países ricos não constitui
novos recursos”, acrescentou.
A ONG sugere que o G20 (grupo
das 20 maiores economias do mundo) inclua a crise alimentar na pauta de
sua próxima reunião, em novembro, em Cannes, na França, e se comprometa,
por exemplo, a garantir investimentos às pequenas propriedades dos
países pobres e a frear a especulação de terras para a produção de
biocombustíveis.
“O G20 tem que tomar as medidas
concretas para cumprir a prioridade de combater a fome. A prioridade
não pode ser salvar grupos financeiros que especulam com commodities
agrícolas ao custo da fome das populações pobres. É preciso investir em
pequenos agricultores que produzem alimentos para consumo local e
dinamizam mercados domésticos, apoiar a criação de estoques de alimentos
nacionais e regionais e controlar a especulação financeira com produtos
agrícolas”, defendeu o coordenador.
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