Saiu do Globo, extraído do Blog do Nassif:
Cabe observar que os escravocratas do Brasil do Século XXI são sudestinos.
Viva a elite do Brasil!
Ou, como dizia a Evita Peron, “los oligarcas de mierda”.
Cabe observar que os escravocratas do Brasil do Século XXI são sudestinos.
Viva a elite do Brasil!
Ou, como dizia a Evita Peron, “los oligarcas de mierda”.
O perfil dos escravistas
Do Globo.com
Fazendeiros acusados de trabalho escravo são do Sudeste, com boa formação e ligados a partidos políticos
BRASÍLIA -A pesquisa da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), que pela primeira vez
traçou o perfil das vítimas de trabalho escravo no Brasil, mostra quem
são os fazendeiros acusados de explorar os trabalhadores nessas
condições. Com base na Lista Suja do Ministério do Trabalho, entrevistas
com 12 dos 66 contactados pelo organismo permitiram concluir que a
maioria deles nasceu no Sudeste, mas mora nas regiões próximas às
lavouras (Norte, Nordeste e Centro-Oeste). Eles têm curso superior e
declararam como profissões pecuarista, agricultor, veterinário,
comerciante, gerente, consultor e parlamentar. São filiados ao PMDB,
PSDB e PR.
Os aliciadores (gatos) têm
baixa escolaridade, idade média de 45,8 anos, são na maior parte
nordestinos e vivem nas regiões Norte e Centro-Oeste.
A pesquisa, chamada “Perfil dos
principais atores envolvidos no trabalho escravo rural no Brasil”,
mostra ainda que Maranhão, Paraíba e Piauí são exportadores desse tipo
de mão-de-obra. Segundo o levantamento, realizado a partir de
depoimentos de 121 pessoas libertadas pela fiscalização do governo,
entre 2006 e 2007, esses três estados foram as principais origens dos
trabalhadores resgatados em Goiás (88%) e Pará (47%). No Mato Grosso e
na Bahia, 95% deles eram procedentes da região.
Segundo a OIT, a agropecuária
continua sendo o setor de maior concentração de trabalho escravo,
sobretudo nas fazendas de cana-de-açúcar e produção de álcool, como é o
caso do Pará; plantações de arroz (Mato Grosso); culturas de café,
algodão e soja (Bahia); lavoura de tomate e cana (Tocantins e Maranhão).
O coordenador do projeto de
combate ao trabalho escravo da OIT no Brasil, Luiz Antonio Machado,
disse que a pesquisa mostrou que a dinâmica do trabalho escravo no país
tem se mantido, tanto nos estados com maior ocorrência, quanto nas
atividades econômicas. Ele destacou, porém, que o governo aumentou
também a fiscalização nas regiões Sul e Sudeste.
O levantamento também mostrou
que as desigualdades de renda e raça se reproduzem entre as vítimas do
trabalho escravo: 81% são negros, oriundos das regiões Norte e Nordeste,
com renda média de 1,3 salário mínimo. Do universo entrevistado, 18,3%
são analfabetos e 45% têm menos de cinco anos de estudo, sendo
considerados analfabetos funcionais.
Entre as recomendações para
tornar as políticas de combate ao trabalho escravo mais efetivas, a OIT
sugere programas de qualificação profissional e elevação da escolaridade
dos trabalhadores nas áreas de maior concentração, associados ao
benefício do Bolsa Família; criação de empregos nos municípios de origem
e residência dos trabalhadores; e realização de programas de reforma
agrária, com apoio à agricultura familiar.
Bolsa família não barra trabalho escravo
O estudo da OIT revela ainda
que o benefício do Bolsa Família não tem sido suficiente evitar a
ocorrência do problema. O levantamento, realizado a partir de depoimento
de 121 pessoas, revela que em 67% das famílias de trabalhadores
libertados, existem crianças e adolescentes, sendo que 28% delas são
beneficiárias do programa.
O levantamento concluiu também
que quase 60% dos trabalhadores resgatados são reincidentes e que a
fiscalização do governo conseguiu libertar apenas 12,6% deles – o que
revela a pouca efetividade das políticas de combate ao trabalho escravo
no Brasil.
Segundo Luiz Antonio Machado,
coordenador do projeto da OIT de combate ao trabalho escravo no país, o
Bolsa Família ajuda a reduzir a vulnerabilidade dos trabalhadores porque
melhora a alimentação das famílias, mas por si só, não evita que os
chefes dessas famílias se submetam a condições degradantes de trabalho,
com cerceamento de liberdade.
- O Bolsa Família é
insuficiente para impedir que os trabalhadores sejam vítimas de trabalho
escravo – disse Machado, defendendo que o governo desenvolva outros
programas associados, como criar empregos nas localidades onde residem
esses trabalhadores, ofertando cursos de qualificação.
Entre trabalhadores libertos, 85% têm baixa escolaridade
A pesquisa revelou que 85% dos
trabalhadores libertados, além de baixíssima escolaridade (analfabetos e
com menos de quatro anos de estudo), nunca fizeram um curso de
qualificação. No entanto, 81,2% deles declararam que gostariam de fazer
algum curso, principalmente os mais jovens: 95,2% dos que têm menos de
30 anos disseram ter preferência nas áreas de mecânica de automóveis,
operação de máquinas, construção civil (pedreiro, encanador, pintor) e
computação.
Segundo Machado, o alto índice
de recorrência se deve à falta de alternativas, sobrando nas áreas
rurais apenas a “empreitada”. Ele disse que além da equipe de
fiscalização não conseguir cobrir todo o país, é preciso que haja maior
conscientização. Na maioria das vezes, o trabalhador não denuncia. Em
alguns casos, eles conseguem fugir ou, depois que a empreitada acaba,
são liberados sem receber pelo serviço.
A pesquisa revelou também
problemas no combate ao trabalho infantil: 92,6% dos entrevistados
começaram a trabalhar antes dos 16 anos de idade, em média aos 11,4
anos. Os trabalhadores foram ouvidos entre outubro de 2006 e julho de
2007. Eles foram libertados de fazendas no Pará, Bahia, Mato Grosso e
Goiás.
Este post é uma singela homenagem a Ali Kamel, o nosso Gilberto Freyre.
Do Blog CONVERSA AFIADA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário