SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO
O líder do PSDB na Assembleia Legislativa de São
Paulo, Orlando Morando, defendeu que sua bancada apoie a criação de uma
CPI caso o deputado Roque Barbiere (PTB) não aponte os políticos
envolvidos no suposto esquema de venda de emendas na Casa. DE SÃO PAULO
Oficialmente, o discurso das lideranças dos partidos é que o depoimento enviado por Barbiere ao Conselho de Ética é insuficiente para apagar o incêndio criado por sua declarações de que cada deputado "tem seu preço".
Nos bastidores, porém, deputados de várias siglas, como a bancada evangélica e o grupo aliado a Campos Machado, líder do PTB, tentam enterrar o caso de imediato.
"Acho difícil encerrar o caso. A posição da bancada é que ele tem que apontar os nomes. Do contrário, difamou a Assembleia toda", disse ontem o tucano Orlando Morando: "Na ausência de resposta por parte dele um caminho pode ser uma CPI".
Com 22 membros, o PSDB seria decisivo para a instauração de uma CPI, que precisa de apoio de, no mínimo, 32 dos 94 deputados da Casa. Apesar da resistência em criar a CPI por medo que ela respingue em secretários de Estado, há insatisfação no PSDB por Barbiere insistir que alertou o governo do caso.
Uma das saídas cogitadas pelos líderes seria punir Barbiere com uma advertência ou suspensão. Mas isso esbarra no temor das bancadas de que ele resolva citar nomes.
O PT diz ter obtido 28 assinaturas e vê na CPI um meio de atingir o secretário Bruno Covas (Meio Ambiente), pré-candidato à prefeitura paulistana. "Tentar abafar o caso é uma tragédia, seria afundar a Assembleia", diz Enio Tatto, do PT.
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