Tasca Teixeira, São Paulo
Saiu no
R7:
Manifestantes cobraram popularização do futebol e transparência na organização da Copa
José Henrique Lopes
do R7
Torcedores de São Paulo se
uniram neste domingo (2) ao movimento nacional que pede a saída do
presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo
Teixeira, com um ato realizado na avenida Paulista.
Vestindo camisetas de seus
clubes do coração, todos deixaram de lado a rivalidade por alguns
instantes para se unir no protesto, que pediu a popularização do futebol
brasileiro e cobrou mais transparência na organização da Copa do Mundo
de 2014.
Os amigos Marco Antonio
Caldeira, de 21 anos, e Vinicius Gustavo Barbosa, de 20, ambos
corintianos, foram à manifestação para reivindicar uma Copa do Mundo que
seja “para o povo, e não para as elites”.
Barbosa citou como exemplo o
alto custo da construção do estádio do Corinthians, possível sede da
abertura do Mundial, para ressaltar a necessidade de fiscalizar os
gastos que serão feitos para realizar a competição.
- Agora dizem que o nosso estádio vai custar R$ 1 bilhão. Quem é que vai pagar esse prejuízo? Nós, os torcedores.
Caldeira chamou a atenção para
um problema que já prejudica os torcedores brasileiros e que deve se
tornar ainda mais grave durante a Copa: o ingresso caro, que impede
grande parte da população brasileira de ir às arquibancadas.
- Nos jogos do Corinthians, o
ingresso mais barato custa R$ 30. Como pagar isso com um salário mínimo
de R$ 500? É a elitização do futebol. Queremos uma Copa para o povo.
Os dois, que são moradores da
zona leste de São Paulo, onde está sendo erguido o futuro estádio do
Corinthians, afirmaram que as torcidas dos clubes brasileiros precisam
se unir para “cobrar e impedir que haja roubo de dinheiro público”.
Durante o ato, integrantes da
FNT (Frente Nacional dos Torcedores) recolheram assinaturas de apoio ao
movimento contra Teixeira, que também preside o COL (Comitê Organizador
Local) da Copa do Mundo. A direção do grupo, que promoveu o protesto,
diz contar com cerca de 11 mil adesões.
A aposentada Amélia Prado, de
67 anos, estava trabalhando na feira de antiguidades do vão livre do
Masp (Museu de Arte de São Paulo) e se interessou pela mobilização.
Antes de assinar o manifesto contra Teixeira, ela recordou que,
diferentemente do que havia sido prometido pelas autoridades de São
Paulo, o poder público vai colocar dinheiro na Copa.
- É um absurdo a prefeitura dar uma fortuna para isso. A gente tem é que investir na saúde do povo.
Para o engenheiro civil Luiz
Romani, de 55 anos, a Copa do Mundo é um evento privado, e por isso
deveria ser totalmente custeada pela Fifa, órgão que a organiza.
- Eles têm de aplicar o dinheiro deles. Quem têm de investir são eles, a Fifa, porque são eles os donos de tudo.
Na opinião de Romani, que torce
pelo Palmeiras, o governo e o povo brasileiro são reféns das condições
impostas pela Fifa para trazer a competição ao país.
Tasca Teixeira, Rio de Janeiro
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