Matheus Pichonelli, CartaCapital
“As críticas em relação à falta de
transparência das obras do Itaquerão, o futuro estádio do Corinthians,
colocaram o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior em clima de
guerra com a torcida alvinegra. Conselheiro do clube, ele diz temer por sua
integridade física após ler uma declaração atribuída ao presidente Andres
Sanchez, segundo quem Tuma Júnior terá de “se explicar” para a torcida caso as
obras do estádio sejam prejudicadas (ou interrompidas). O ex-delegado, ligado
ao grupo rival de Sanchez no Corinthians, tem pressionado o cartola a abrir as
contas sobre as obras e divulgar os números na internet. O orçamento do projeto
é estimado em 1 bilhão de reais.
De acordo com uma nota publicada no Painel
FC, da Folha de S.Paulo, Sanchez está irritando com as críticas de Tuma Jr. – e
do também conselheiro Carlos Senger – sobre o Itaquerão. “Ninguém sabe de onde
vem o dinheiro”, disse Tuma Jr. a CartaCapital. Diante da pressão, Sanchez
chegou a cogitar a possibilidade de parar a obra para que fosse feita uma
auditoria, segundo a nota. A ideia seria jogar o conselheiro contra a torcida
corintiana.
“Minha preocupação agora é não morrer. A
gente que estudou o crime organizado sabe como isso acontece. É a mesma
tática”, declarou.
A tática, diz o conselheiro, se resume na
seguinte linha de atuação: primeiro, a cooptação de testemunha; depois, a
tentativa de desmoralizar a testemunha; a terceira, se nenhuma das duas
funcionar, a eliminação da testemunha.
Tuma Jr. classifica a declaração atribuída
ao presidente corintiano como uma “ameaça direta”.
Imagem: Romeu Tuma Júnior / Foto: Abr
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