Fotógrafo captou imagens de arcaicos estabelecimentos que ainda resistem aos salões de beleza |
Mais do que um lugar para cortar o cabelo e aparar a barba, as barbearias são o retrato de um certo modo de vida masculino.
“Tem gente que não corta o cabelo, mas vai para papear – normalmente
sobre futebol e política. É um ambiente de homens. Elas têm revistas de
mulher pelada, fotos de gostosas na parede. As de São Paulo têm cadeiras
mais bonitas, são mais sofisticadas do que as do Norte e do Nordeste,
mas o espírito é o mesmo.”
O pequeno depoimento é de José Bassit, 52 anos, fotógrafo há 30. No
ensaio fotográfico “Cortes Modernos”, Bassit registrou o ambiente de
inúmeras barbearias pelo país.
O trabalho foi feito inicialmente apenas com estabelecimentos de São
Paulo, entre 2003 e 2004. O resultado ganhou exposições na Pinacoteca
(no aniversário dos 450 anos de SP), no teatro Cultura Artística (no
intervalo das óperas, havia um barbeiro para cortar o cabelo do público)
e no Sesc Pompeia.
“Mas eu viajava muito pelo Brasil, então continuei o trabalho. Em cada cidade que eu ia, procurava barbearias.”
Só em São Paulo Bassit fotografou cerca de 80 barbearias. Dessas, 50% já
fecharam. “É uma profissão que está acabando. Os salões unissex estão
tomando conta”, diz o fotógrafo. “Os barbeiros são idosos, muitos
morreram, outros não aguentam mais trabalhar.
Confira as demais imagens de Bassit AQUI.
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