Queda ocorreu apesar do período de seca, quando desmatadores podem entrar mais facilmente na mata
Ibama intensificou neste ano a fiscalização na Amazônia/Ibama |
A intensificação da
fiscalização contra a derrubada ilegal da floresta neste ano apresenta
resultados. O desmatamento na Amazônia Legal caiu 38% em agosto, em
relação ao mesmo período de 2010, e 21% na comparação com julho deste
ano. Esse foi o menor desmatamento para o mês, desde 2004, registrado
pelo sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre julho de 2009 e
agosto de 2010 foi registrada uma área desmatada de 7 mil km² - 6,2%
menos do que no mesmo período de 2008 e 2009.
Desde
janeiro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) intensificou a
fiscalização, aplicou R$ 1,2 bilhão em multas, apreendeu 226 caminhões,
40 mil m ³ de madeira em toras e 21 mil em madeira serrada. Com as
ações, o desmatamento foi reduzido, mesmo durante a seca, que favorece o
acesso e facilita a retirada de madeira. “Agosto é um mês em que,
tradicionalmente, o desmatamento costuma crescer", avalia diretor do
Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento do Ministério do
Meio Ambiente, Mauro Pires.
Poucas nuvens
A
pouca cobertura de nuvens, a menor dos últimos três anos, favoreceu a
precisão dos mapas colhidos pelos satélites. "São dados muito mais
confiáveis e que revelam que as estratégias de combate ao desmatamento
estão surtindo efeito", avaliou o diretor do Inpe, Gilberto Câmara.
Os
números do Inpe indicam ainda que o novo perfil de desmatamento vem se
firmando. Em vez da derrubada em grande escala, que predominou até a
instituição do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia
Legal, em 2004, o desmate agora é em pequenas áreas.
Operações retiram recursos dos desmatadores
Neste
ano, o Ibama mantém duas operações permanentes de combate ao
desmatamento ilegal: a Disparada e a Guardiões da Amazônia, que buscam
retirar recursos dos desmatadores de modo a reduzir o poder de ação e as
vantagens econômicas com a atividade ilegal. A Disparada visa a
retirada de gado das áreas de proteção ambiental. A Guardiões da
Amazônia tem como estratégia a descapitalização do infrator, por meio
das multas, apreensão dos bens envolvidos na atividade ilegal, no
embargo da área e corte no crédito público.
Ao
mesmo tempo, a União promove a Arco Verde, com o foco na regularização
fundiária e no estímulo à produção sustentável nos 48 municípios
prioritários para as ações de redução do desmatamento.
No Secom
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