"Ao contrário de muita gente por aí, temos um princípio democrático e civilizatório. Nós presumimos inocência e o ministro", disse a presidente, durante viagem à África do Sul
Pouco antes de sair para jantar,
em companhia do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), a
presidente Dilma Rousseff fez questão de dar uma entrevista defendendo o
ministro do Esporte, Orlando Silva, alvo de denúncia de que teria
recebido propina, na garagem do Ministério, relacionado a convênios
firmados no âmbito do Programa Segundo Tempo. "Ao contrário de muita
gente por aí, temos um princípio democrático e civilizatório. Nós
presumimos inocência e o ministro, nós não só presumimos a inocência
dele, como ele tem se manifestado com muita indignação às acusações
feitas a ele", disse a presidente, que está em Pretória, África do Sul.
A presidente Dilma afirmou que o
governo está acompanhando atentamente todas as denúncias, os
esclarecimentos e as investigações relacionadas ao ministro Orlando
Silva. "Aliás, o ministro Orlando pediu investigação da Polícia Federal,
do Ministério Público Federal sobre as acusações feitas a ele e que ele
reputa uma injustiça. Além disso, o ministro se dispôs a ir ao
Congresso Nacional, se eu não me engano, amanhã, para fazer todos os
esclarecimentos que os senhores deputados e senadores quiserem ter a
respeito do assunto. Enquanto isso, o governo vai continuar acompanhando
tanto qualquer denúncia que apareça quanto todos os esclarecimentos e
as iniciativas de investigações", disse.
Dilma também disse que
conversou com o ministro, por telefone, quando ele estava ainda em
Guadalajara (México), por ocasião dos Jogos Pan-Americanos. Ela
enfatizou que os contratos com ONGs têm de ser mais fiscalizados, e
ressalvou que "você tem ONGs e ONGs". "Eu sempre digo não é possível
fazer tábula rasa".
A presidente lembrou que, no
início deste ano, o governo fez esclarecimento aos ministros para que
dessem preferência a convênios com prefeituras e Estados e que, em
setembro, foram definidas as condições para se estabelecer qualquer
convênio com ONGs. "Entre esses convênios, tem chamada pública. Tem que
fazer chamada pública, apurar se a ONG existe há mais de três anos. E
ela imediatamente é tirada de qualquer possibilidade de 'conveniação' se
tiver incorrido em alguma falha, seja qual falha for", explicou a
presidente.
Dilma também lembrou que,
depois dessas novas regras, o ministro é agora o responsável pelo
convênio. "Então é a assinatura do ministro que vai em qualquer
convênio. Isso é importante ser esclarecido porque nós consideramos que,
em muitos momentos no passado, houve convênios com ONGs mais frágeis.
Isso não significa que todo convênio com ONG é ruim. Não é verdade. Pelo
contrário: em muitas áreas, nós precisamos das ONGs para executar
políticas na medida que você tem, por exemplo, na área religiosa, várias
áreas filantrópicas, ONGs valiosíssimas, sem as quais, inclusive, só os
municípios não conseguem fazer para atender a população", disse a
presidente.
Questionada se ela estava
culpando as ONG pelos problemas nos contratos, Dilma disse que não. "Não
estou culpando as ONGS, estou dizendo que nós tomamos esta medida
(adoção de novas regras) no que se refere a conveniar com as ONGs porque
tem uma fragilidade nos convênios".
Do Blog O TERROR DO NORDESTE.
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