Um
editorial e seis matérias, pelo menos na Folha; manchete enorme de 1ª
página em O Globo e cinco páginas de matérias; isso sem falar no
Estadão, com chamada de capa e pelo menos 6 matérias.
Hoje,
esse é o quadro e o resumo só dos nossos maiores jornalões na
continuidade da cobertura - melhor seria dizer "campanha" - sobre as
denúncias feitas contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. A Operação
Derruba Ministro está a mil.
Nossa
mídia, fantasiada de objetiva e neutra, mas na prática transformada em
partido político de oposição, opera no sentido de desmantelar a base (de
aliados) do governo e criar um clima "de mar de lama". O termo era
usado nos anos 50 do século passado por essa mesma imprensa e pela UDN
no auge da campanha contra o presidente Getúlio Vargas que moveram - até
levá-lo à morte.
Operam,
agora, de novo, para criar um clima de oposição a um governo que tem
aprovação recorde, já que mantém um rumo aprovado três vezes pela
cidadania em eleições democráticas em 2002, 2006 e 2010. É só conferir,
também, as últimas pesquisas de opinião pública. Por elas, mais de 70%
dos brasileiros aprovam o governo e apóiam a presidenta Dilma Rousseff.
Beira
a uma violação das normas de convivência democrática o uso descarado e
aberto da imprensa com fins políticos, sem meios termos, por seus donos e
proprietários. O que querem é derrubar ministros, mesmo quando as
acusações ou denúncias sejam infundadas. Não estou dizendo que não se
deva apurar os fatos e as providências nesse sentido já foram tomadas.
Mas, mídia, oposição e cia não aguardam a mais leve, sequer o início, de
investigações ou decisões da Justiça. São taxativos. Fulminantes. Não
querem sequer esperar a tramitação normal de um processo dessa natureza.
Vide o título do principal editorial do Estadão hoje: "Ministro tem que
sair"..... E na Folha: "Mais um"... Nunca vi coisa igual. Sabem os
interesses que o Minstério dos Esportes desperta hoje com suas verbas
para obras da Copa e das Olimpíadas. Sabem o caráter de quem fez as
denúncias, também já mostrado à exaustão pelo ministro acusado.
Mini-gestapos promovem uma ditadura
Mas, sobre isto, calam, não querem saber. São ao mesmo tempo, acusação e
autoridade judiciária. Fazem e aceitam a denúncia, presidem o
inquérito, e condenam. São ao mesmo tempo ministério público, delegado e
juiz, uma espécie de corpo de jurado sumário, que se alça acima da
Justiça e da Constituição. Uma ditadura! Ou, pior, ovos de serpentes,
filhotes de pequenas milícias e mini-gestapos que vão sendo inoculados
nas redações, acima do bem e do mal. Portam-se qual anjos vingadores,
numa caricatura dos seriados norte-americanos onde se faz justiça com as
próprias mãos. DITADURA! Isso mesmo! Este é o nome de todas as formas
não democráticas de justiça, que não respeitam o devido processo legal, o
contraditório, a presunção da inocência e o princípio elementar de que o
ônus da prova cabe ao acusador. É preciso dar um basta a essa escalada
golpista que se assoma acima da lei e da Constituição. Com a palavra o
Judiciário e o Legislativo, como deve ser numa democracia.
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