domingo, 16 de outubro de 2011

Impotência pelo fracasso e fúria contra movimentos sociais

Postado por LEN às 3:40 am  Adicionar comentários
out 142011
 
Parece que a ficha de alguns analistas da velha mídia começou a cair em relação a sua capacidade de impulsionar às ditas marchas contra a corrupção. Com exceção de blogueiros da VEJA, que preferem ficar histéricos e, a despeito dos números reais, festejam o fracasso das marchas, alguns conhecidos porta-vozes de redações preferiram ontem lamentar a sua inapetência para mobilizar massas.
Os argumentos são os mais cínicos possíveis: como não assumem a tentativa de manipulação, mesmo que esteja implícito no que escrevem, a única saída é partir para a desqualificação de quem não adere, daí o cidadão comum que não acha prioridade esse tipo de manifestação ou a considera hipócrita, seletiva ou fora de foco é considerado apático e, os movimentos, calejados pela tentativa de criminalização dos mesmos pelos veículos de comunicação, que não aderem as movimentações apoiadas e usadas politicamente por eles, são cooptados pelo governo e pelo PT.
Esses analistas sequer conseguem disfarçar a frustração pelo fracasso, e essa percepção contrasta fortemente com referências que eles mesmos fizeram contra manifestações populares ou de trabalhadores que tinham como alvo seus parceiros políticos preferenciais, corruptores conhecidos e o Deus Mercado, como pode ser comprovado na falta de vontade de falar sobre o movimento realmente apartidário que ocorre com muito mais força nos EUA chamado #OccupyWallSteet.
A partir do momento em que veículos de comunicação resolvem agir como um partido político, estes devem entender que não possuem mais a marca da imparcialidade necessária para uma cobertura isenta e sem desconfiança dos atores políticos. Não é inteligente cobrar aqueles que sempre foram tratados como adversários (ou seria inimigo) para que participem de manifestações apoiadas pelos seus algozes. Seria ingenuidade se não fosse desonestidade intelectual.
Chega a ser infantil essa tentativa de jogar a sociedade contra os movimentos sociais, porque ela sequer abraçou sua iniciativa. Chamar o povo de manso para mexer com seus brios é pouco eficaz e, só mostra como se afastam os ditos formadores de opinião da verdadeira opinião pública, aliás, se debatem ao confrontar com a realidade que a cada dia influenciam menos o coletivo popular.
A barreira que existe entre o que anseiam os veículos de comunicação e os movimentos sociais é imensa e foi construída pelos primeiros, assim como o descrédito de sua pregação junto à sociedade civil. Por esses motivos, entendam Dora Krammer, Ricardo Noblat, Alon Feuerwerker e outros, o lado que vocês estiverem enquanto representarem interesses partidários das empresas que trabalham, nunca será o lado onde estarão os movimentos sociais e povão. Logo, logo, vão perder também a classe média se insistirem por esse caminho.
Fonte da imagem ilustrativa: http://adrianoferreira.wordpress.com/2008/11/24/um-dia-de-furia/ – autor não informado.

Este artigo foi escrito por

LEN

LEN

que é autor de 415 artigos no Ponto e Contraponto. Químico, microempresário, libertário de esquerda sem filiação partidária, sem preconceitos, agnóstico, respeito o contraditório, flamenguista, cachorreiro, ultramaníaco e apaixonado há 22 anos pela mesma mulher, Cris, companheira de uma vida.
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Do Blog Ponto e Contraponto.

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