out 142011
Parece
que a ficha de alguns analistas da velha mídia começou a cair em
relação a sua capacidade de impulsionar às ditas marchas contra a
corrupção. Com exceção de blogueiros da VEJA, que preferem ficar
histéricos e, a despeito dos números reais, festejam o fracasso das
marchas, alguns conhecidos porta-vozes de redações preferiram ontem
lamentar a sua inapetência para mobilizar massas.
Os argumentos são os mais cínicos
possíveis: como não assumem a tentativa de manipulação, mesmo que esteja
implícito no que escrevem, a única saída é partir para a
desqualificação de quem não adere, daí o cidadão comum que não acha
prioridade esse tipo de manifestação ou a considera hipócrita, seletiva
ou fora de foco é considerado apático e, os movimentos, calejados pela
tentativa de criminalização dos mesmos pelos veículos de comunicação,
que não aderem as movimentações apoiadas e usadas politicamente por
eles, são cooptados pelo governo e pelo PT.
Esses analistas sequer conseguem
disfarçar a frustração pelo fracasso, e essa percepção contrasta
fortemente com referências que eles mesmos fizeram contra manifestações
populares ou de trabalhadores que tinham como alvo seus parceiros
políticos preferenciais, corruptores conhecidos e o Deus Mercado, como
pode ser comprovado na falta de vontade de falar sobre o movimento
realmente apartidário que ocorre com muito mais força nos EUA chamado
#OccupyWallSteet.
A partir do momento em que veículos de
comunicação resolvem agir como um partido político, estes devem entender
que não possuem mais a marca da imparcialidade necessária para uma
cobertura isenta e sem desconfiança dos atores políticos. Não é
inteligente cobrar aqueles que sempre foram tratados como adversários
(ou seria inimigo) para que participem de manifestações apoiadas pelos
seus algozes. Seria ingenuidade se não fosse desonestidade intelectual.
Chega a ser infantil essa tentativa de
jogar a sociedade contra os movimentos sociais, porque ela sequer
abraçou sua iniciativa. Chamar o povo de manso para mexer com seus brios
é pouco eficaz e, só mostra como se afastam os ditos formadores de
opinião da verdadeira opinião pública, aliás, se debatem ao confrontar
com a realidade que a cada dia influenciam menos o coletivo popular.
A barreira que existe entre o que
anseiam os veículos de comunicação e os movimentos sociais é imensa e
foi construída pelos primeiros, assim como o descrédito de sua pregação
junto à sociedade civil. Por esses motivos, entendam Dora Krammer,
Ricardo Noblat, Alon Feuerwerker e outros, o lado que vocês estiverem
enquanto representarem interesses partidários das empresas que
trabalham, nunca será o lado onde estarão os movimentos sociais e povão.
Logo, logo, vão perder também a classe média se insistirem por esse
caminho.
Fonte da imagem ilustrativa: http://adrianoferreira.wordpress.com/2008/11/24/um-dia-de-furia/ – autor não informado.
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