Saíram
nesta semana duas pesquisas Correio do Povo/Instituto Methodus. A
primeira avaliou a corrida para a eleição de 2012 em Porto Alegre. A
segunda apurou a aprovação ou desaprovação aos governos da capital
gaúcha, do Rio Grande do Sul e do Brasil. É um material rico e
inspirador. A jovem Manuela D''Ávila (PC do B) aparece como uma espécie
de Leandro Damião de saias (nem sempre, que isso é coisa do passado
remoto). Ganha de bicicleta, de lambreta e de carrinho, embora a
linguagem oficial fale em empate técnico. Perde na espontânea para José
Fortunati. Mas ganha por, no mínimo, 1 a 0 em quase todos os cenários
estimulados. Leva o jogo para a prorrogação, segundo turno, e aí mata
sem direito a pênaltis, salvo no confronto com o atual prefeito, que
aparece embolado. Fortunati precisa convencer um dos seus adversários, o
PT, a ter candidato próprio, de preferência Maria do Rosário. Nessa
simulação, ele aparece em primeiro lugar e pode esperar que a ministra,
no campo de jogo, olho no olho, desbanque a deputada comunista, o que
lhe favoreceria na hora do mano a mano.
A
presidente da Câmara dos Vereadores, Sofia Cavedon, afirmou no "Esfera
Pública", da Rádio Guaíba, que o PT terá candidato próprio, o que poderá
ser visto como uma traição por Manuela, que apoiou a candidatura de
Tarso Genro ao governo contando com a retribuição no pleito municipal.
Mas o PT é um velho escorpião acostumado a ter a cabeça das chapas.
Sofia aparece com 5,8% das intenções de voto. Um bom escore. Adeli Sell,
outro postulante petista, surge com 3,5%. Maria do Rosário larga com
13,2%. A bola está com ela. Vai querer abandonar o seu charmoso cargo
ministerial para disputar um gauchão em que do pescoço para baixo tudo
poderá ser canela? Ela aparece em primeiro lugar na taxa de rejeição.
Num segundo turno, perde para Fortunati ou Manuela. Se tiver calma, bota
a bola no chão e não vem. O melhor negócio para o PT seria ir com
Manuela, com quem até o PMDB gostaria de ficar se, por acaso, Fortunati
decidisse praticar, como insinuou o deputado Osmar Terra (PMDB),
adultério político e trocasse alianças com o PT.
Só
que um casamento entre Fortunati e o PT é improvável, pois o prefeito é
candidato à reeleição. Não abre mão da cabeça de chapa. Se é para ser
vice, o PT já tem vaga com Manuela, sem precisar pular o muro. O PSB já
avisou que não troca Manuela por ninguém. Nessa dança dos casais, a
pesquisa indica que a taxa de infidelidade será baixa, não por virtude,
mas por falta de oportunidade: PDT e PMDB deverão continuar unidos,
renovando votos nupciais com Fortunati, herdeiro do trono de Fogaça. PC
do B e PSB apostarão na noiva mais cortejada, Manuela. Restará ao PT a
carreira solo, uma chapa puro sangue, ou dizer sim, de coração na mão, a
Manuela. Fortunati poderá matar o jogo se as obras da Copa do Mundo
decolarem de fato. Se empacarem, ele pagará o pato. Os porto-alegrenses
querem melhorias nos postos de saúde, na segurança, na educação, na
geração de empregos, em asfalto, pavimentação e em saneamento. Básico,
não?
Juremir Machado
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