Hoje,
sou brindado com os ataques do senhor Merval Pereira em sua coluna.
Natural, ele se incomoda demais com os políticos que não lhe são
sabujos, em busca da “honra” de ser citado pelo lorde, onipresente nas
telas, páginas e sons do império Globo.
Ele tem o direito de citar quem quiser. O Globo é o seu castelo e nele o nosso sublorde pode receber quem quiser.
Não pode, porém, mentir e agir movido exclusivamente por seus ódios.
Porque Merval, que não me ouviu para escrever, diz que sou exceção na
bancada do Estado do Rio por “pensando estar ajudando a presidente
Dilma, defende publicamente que o Estado do Rio, que ele deveria
representar e defender, abra mão de recursos que são seus para
conseguir um acordo com os demais estados”.
Naturalmente tirou isso de um dos muitos desvãos sombrios de sua mente.
Merval, o “herói do Rio de Janeiro”, que nunca abriu a boca que o
bigode lhe oculta para enfrentar os que discriminaram e perseguiram o
Rio de Janeiro quando Brizola governou este estado – era mais fácil e
agradável discriminar e perseguir o próprio Brizola – sabe que se não
houver acordo, como não houve quando se aprovou a emenda Ibsen, o Rio
corre o risco de perder até mesmo o que já recebe. É obvio que, e
certamente com o meu voto pela manutenção do veto de Lula, 46 deputados
federais e três senadores não podem fazer maioria no Congresso. Mas isso
não lhe importa, porque ele e o império a que serve jamais se
importaram com o Rio de Janeiro.
De onde este senhor tirou a ideia de que defendo que o Rio “abra mão
de recursos que são seus”? Desde o início tenho afirmado que não é
correto que se retirem os recursos que já pertencem ao Rio, e qualquer
leitor deste blog sabe disso. Outra coisa, e bem diferente, é aceitar
novas regras de divisão para o petróleo novo que virá do pré-sal, ainda
não licitado e sobre o qual o nosso direito será o que a lei prever. E
foi isso que provocou a reação da esmagadora maioria do Congresso e
levou à aprovação da emenda Ibsen, por 369 a 72. Repetir a
intransigência só levará à mesma reação e a um resultado semelhante.
Mas Merval não liga, acha até bom para insuflar o Rio contra Dilma.
O argumento de “abrir mão de recursos que são seus”, é curioso, no
raciocínio – se é que se pode chamá-lo assim – de Merval, só serve para
nós. A União, é claro, deve abrir mão de recursos que são seus. E, quem
sabe, os defensores da emenda Ibsen possam usar o mesmo argumento, pois
com a queda do veto de Lula, os recursos também serão seus.
Aliás, Merval já escreveu, há um ano, sobre a “traição” de Lula a
Cabral. E Lula não traiu coisa alguma, assumiu o ônus de vetar a emenda.
Quanto a me chamar de deputado sem voto, espero ter conseguido mais
alguns com os ataques de Merval, para somar aos 55 mil que tive. Se
assumi, como primeiro suplente, o mandato, foi por confiança da
presidenta Dilma e do Governador Sérgio Cabral na lisura de minhas
posições e na honradez de meus atos. Aliás, estive ontem com o
governador e não lhe ouvi qualquer queixa sobre minha posição. E o
deputado Zveiter, devidamente informado do que penso, disse diante de
todos que não tinha razão para deixar a secretaria do Trabalho.
Portanto, Merval dá um tiro n´água. A vontade de vingar-se do nome
Brizola o leva a este transtorno. E a um comportamento rastaquera.
Merval pode chamar-me de deputado sem voto, embora eu os tenha tido
em maior quantidade do que diversos deputados. Não brigo com os fatos, e
sou um suplente em exercício. Se não tem como me atacar moralmente,
senão falseando minhas posições, partir para este tipo de argumento é
desqualificar-se.
Eu não parto para o mesmo tipo de agressão, chamando-o de “acadêmico
sem livro”, porque, afinal, ele já publicou uma compilação de seus
artigos em
O Globo, que certamente está entre as mais
importantes obras da literatura brasileira, ao ponto de levá-lo à Casa
de Machado de Assis. Portanto, como se vê, é detentor de um talento
literário que se ombreia ao de seu inspirador, Roberto Marinho.
Do Blog
TIJOLAÇO.COM
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