O ex-presidiário Rubnei Quícoli foi um típico caso de denúncia com base apenas em testemunho. Disse uma coisa para a imprensa, e depois se retratou nos tribunais. |
No momento em que o mensalão do Alckmin (a venda de emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo) exige uma faxina na corrupção paulista, em vez dele chamar a Polícia para apurar, quem veio em socorro do governador tucano foi a Revista Veja (PIG/SP) para abafar, com uma cortina de fumaça para desviar a atenção.
E o ministro Orlando Silva (PCdoB/SP) fez aquilo que o governador Geraldo Alckmin (PSDB/SP) se recusa a fazer: chamou a Polícia Federal para colocar tudo em pratos limpos.
Geraldo Alckmin (PSDB/SP) e Roberto Civita (PIG/SP), na hora do aperto uma mão lava a outra . |
Detalhe: essa mesma suposta testemunha já foi usada por esta mesma imprensa durante as eleições de 2010, para fazer acusações contra o candidato do PT Agnello Queiroz (eleito governador do DF) que não se comprovaram. O objetivo era derrotar Agnello, para o governo do Distrito Federal cair nas mãos da adversária: a esposa de Joaquim Roriz (é esse o conceito de "combate à corrupção" que a imprensa demo-tucana quer para o Brasil: entregar a chave do cofre de Brasília para Joaquim Roriz).
Para cada denúncia da revista Veja que se confirma, há dezenas que o tempo se encarrega de provar que são falsas. São apenas usadas para exploração política e depois as testemunhas negam tudo na justiça, mas a revista não publica a negação.
Quem não se lembra do ex-presidiário Rubnei Quícoli, apresentado como impoluto empresário paladino do combate à corrupção? Retratou-se ao PT nas barras dos tribunais. Deveria servir de exemplo do que NÃO se deve fazer em jornalismo. Mas quem disse que a revista quer fazer jornalismo?
O ministro dos Esportes, Orlando Silva, acusado no momento em está viajando em missão oficial no México, acompanhando os jogos pan-americanos, respondeu bem.
Acionou a Polícia Federal imediatamente.
Agora, vamos ver quem tem razão, se é a Veja e suas testemunhas duvidosas, ou o ministro.
Eis a nota oficial do Ministro:
O ministro do Esporte, Orlando Silva, pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal investigue denúncias feitas pelo Sr. João Dias em entrevista à revista Veja. Orlando Silva espera com isso não deixar dúvidas sobre a falta absoluta de fundamentação das acusações feitas contra ele pelo entrevistado. “Tenho a certeza de que ficará claro de que tudo o que ele diz são calúnias”, diz o ministro do Esporte.
João Dias, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte, para atendimento a crianças e jovens, dentro do Programa Segundo Tempo. Como não houve cumprimento do objeto, não só o Ministério determinou a suspensão dos repasses, como o ministro Orlando Silva determinou em junho de 2010 a instauração de Tomada de Contas Especial, enviando todo o processo ao TCU. O ministério exige a devolução de R$ 3,16 milhões, atualizados para os valores de hoje.
A avaliação do ministro do Esporte é de que foi esse o motivo para João Dias fazer agora acusações de desvios de verbas do Segundo Tempo por um suposto esquema de corrupção no Ministério. Orlando Silva afirma com veemência ser caluniosa a afirmação de João Dias de que houve entrega de dinheiro nas dependências do Ministério e pretende tomar medidas legais. João Dias já é réu em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal, em decorrência das irregularidades na execução dos convênios denunciadas pelo Ministerio do Esporte.
Em nenhum momento, o Ministério “amenizou” qualquer comunicado a Polícia Militar, como dá a entender o Sr. João Dias em entrevista a revista. Apenas considerou o rito do devido processo legal, que estabelece o direito de defesa do acusado. O comunicado final ao Batalhão da PM explicitou exatamente o que foi a medida tomada pelo Ministério do Esporte - a instauração de Tomada de Contas do TCU e pedido de devolução de recursos e demais medidas reparatórias cabíveis contra a ONG e o Sr. João Dias.
O Programa Segundo Tempo, que atende a mais de um milhão de crianças e jovens em todo o Brasil, é permanentemente auditado pelos órgãos de controle e qualquer denúncia consistente de irregularidade é apurada. O ministro Orlando Silva, desde que assumiu o Ministério, determinou o aperfeiçoamento constante do projeto, tanto do seu alcance como da forma de celebração dos convênios para sua execução. Em setembro passado, houve uma chamada pública, e a seleção final apenas contemplou entes públicos.
Ascom – Ministério do Esporte
Em tempo:
Quem quer apostar como o Jornal Nacional dará destaque à "notícia"? Uma vingança básica, porque o ministro está prestigiando os jogos Pan-Americanos e dando entrevistas à TV Record, emissora que venceu a Globo na disputa pelos direitos de transmissão.
Um comentário:
Já, já, estará lá na Tribuna o Alvaro Dias pedindo CPI.
Tem de investigar também esse panfleto chamado Veja. Se bem que ela não tá preocupada com isso, já que tem "as costas quentes" (leia-se Gilmar).
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