sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A PM planetária apagou mais um


Por Marcelo Migliaccio, do blog Rio Acima
Já disse aqui, e é sempre bom repetir, que odeio ditaduras.
Mas só o povo pode enxotar ditadores do poder. Kadafi ficou 42 anos governando a Líbia. Mesmo nos noticiários viciados das agências internacionais, em momento algum vimos multidões de líbios nas ruas gritando contra seu "papai". Sim, ele era chamado de "papai".
Vimos a Otan guerreando as forças leais a Kadafi com tanques e mísseis. O que a Otan foi fazer na Líbia? Salvar o povo? Não creio. Ou teria que invadir dezenas de países governados com mão de ferro.
Foi atrás de petróleo, claro.
Chefiada pelos Estados Unidos, a polícia planetária acaba de cometer mais um achaque. Já havia exterminado Osama Bin Ladem como fazem os esquadrões da morte. Nem o corpo do terrorista sobrou para contar a históra.
Agora, as muitas versões para as circunstâncias que Muammar Kadafi foi morto mostram que desta vez também não haverá boletim de ocorrência.
Prendê-lo e julgá-lo numa corte internacional também seria ridículo, mas pelo menos daria uma certa aparência de legalidade à coisa.
E se um dia esses caras, de olho nas nossas reservas de água potável, resolverem que devem salvar o Brasil? É bom lembrar que temos muitas riquezas naturais, motivo mais do que suficiente para que a PM planetária venha nos "proteger".
Bom, eu disse que odeio ditaduras.
Inclusive a do dinheiro, que vigora em todos os quintais dos Estados Unidos. Se você tem a prata, pode tudo, se não tem vá lavar um banheiro de bar imundo, como teve que fazer o rapper Thaide no bom programa A Liga, da Band, em que precisou se virar com um salário mínimo.
Por isso apoio as políticas de distribuição de renda do governo brasileiro. Porque as pessoas não podem ser condenadas a viver sob o cabresto da pobreza. A todos deve ser dada a chance de se alimentar, ter uma moradia digna e estudar.
Outro dia, um jornal colocou na manchete que o governo gastou mais com programas de distribuição de renda do que com "investimentos".
No dicionário desse jornal (e da casta da qual ele é porta-voz) alimentar um povo não é investimento. Para eles, investimento é dar o dinheiro do pais a grandes conglomerados empresariais.
Investimento é café, almoço e janta para todo mundo. De barriga cheia, cada um vai à luta. Com fome é que não dá.

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