Por Eliakim Araújo
As imagens do assassinato de Muammar Khadafi estão em todas as TVs do mundo. No Youtube há um alerta sobre imagens impróprias, dirigido a pessoas que se impressionam com cenas sangrentas e de horror. O homem foi aprisionado vivo e fuzilado com um tiro na cabeça, à queima-roupa, disparado com uma pistola dourada que, dizem, pertenceu ao próprio Khadafi.
As imagens do assassinato de Muammar Khadafi estão em todas as TVs do mundo. No Youtube há um alerta sobre imagens impróprias, dirigido a pessoas que se impressionam com cenas sangrentas e de horror. O homem foi aprisionado vivo e fuzilado com um tiro na cabeça, à queima-roupa, disparado com uma pistola dourada que, dizem, pertenceu ao próprio Khadafi.
Nos vários vídeos exibidos à exaustão na TV, pode-se ver Khadafi,
ainda vivo, sendo arrastado pela rua por um bando de pistoleiros, que
mais parecem bárbaros da idade da pedra do que rebeldes lutando contra a
tirania e em favor da paz e da democracia.
Se nos guiarmos pelas imagens que vimos, a Líbia pouco vai mudar. Vai
trocar uma tribo de bárbaros por outra, tão bárbara quanto.
A trajetória de Khadafi, em seus 42 anos de liderança, é curiosa e
teve três fases distintas em seu relacionamento com o Ocidente. De
odiado terrorista, passou a exótico parceiro, voltando depois ao papel
de tirano opressor que deveria ser removido a qualquer custo, vivo ou
morto, como pregou Hillary Clinton.
Cabe a pergunta: quem é essa Dona Hillary para dizer o que deve ser feito ou não em outro país?
Dos tempos em que foi considerado um terrorista, pesa contra Khadafi o
atentado ao avião da Panam, em dezembro de 1988, que explodiu sobre os
céus de Lockerbie, na Escócia, matando todos que estavam a bordo,
inclusive 189 norte-americanos, a maioria jovens.
O suposto autor intelectual do atentado, o cidadão líbio Abdelbaset
al-Megrahi, foi condenado à prisão perpétua pela Justiça britânica e não
mais se falou do assunto, ficou apenas o ódio dos familiares dos
mortos.
O tempo passou e, de ovelha negra do mundo árabe, Khadafi passou à
figura exótica que o mundo se acostumou a ver, ora em tendas que armava
em país estrangeiro, como fez nos EUA, durante Assembleia-Geral da ONU,
ora recebendo e visitando chefes de Estado e empresários ocidentais.
Visitar Trípoli e posar ao lado de Khadafi virou um “must”.
O prestígio de Khadafi junto aos ocidentais pode ser medido pela
negociação bem sucedida que manteve com o governo britânico em prol da
libertação de Abdelbaset al-Megrahi, o suposto terrorista do avião da
Panam. Em 10 de agosto de 2009, al-Megrahi foi libertado por
“compaixão”, pois era doente terminal de câncer de próstata.
Na
época, foram levantadas suspeitas contra o governo do primeiro-ministro
Gordon Brown, que teria negociado a libertação do condenado em troca de
generosos contratos comerciais envolvendo o petróleo líbio. Verdade ou
não, o fato é que al-Megrahi permanece vivo até hoje, depois de ter
sido recebido com festa em seu país.
Falta descobrir o que
Khadafi fez de errado nos últimos meses para voltar a ser o vilão que
precisava ser derrubado, mesmo que para isso as quatro potências
ocidentais se juntassem sob o suspeito patrocínio da Otan, para ajudar
os rebeldes que depuseram e assassinaram Khadafi. Entre quem será
dividido o butim do que restou da Líbia?
Por enquanto, o que se sabe é que os países que forneceram homens e
equipamentos militares para atacar a Líbia mantiveram nos últimos anos
estreito contato político e comercial com o dirigente líbio, conforme se
pode ver nas fotos abaixo, onde aparecem Hillary com o filho de
Khadafi, o ditador com Condoleezza Rice, com Gordon Brown, com Tony
Blair, com Sarkozy e com Berlusconi. São os verdadeiros assassinos de
Muammar Khadafi.
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