Muitos devem ter lido a matéria publicada, hoje, no jornal O Globo
sobre a disposição do senhor Sérgio Zveiter de deixar a secretária de
Trabalho do Rio de janeiro e reassumir a Câmara dos Deputados, sobre o
argumento de que minha posição seria “contra” o Rio de janeiro na
questão dos royalties.
Não sei de onde o senhor Zveiter tirou essa informação. Porque ela é, simplesmente, falsa.
Há algo estranho nessa história. Esta matéria está sendo repetida na
CBN diversas vezes, entrei em contato com a rádio pedindo para
esclarecer o assunto.
A rádio, entretanto, não me permitiu falar, o que é um direito
elementar quando se atribui algum tipo de opinião a uma pessoa sem
ouvi-la. Por isso, os ouvintes da rádio não podem ficar sabendo que eu,
em momento algum, votaria contra a manutenção do veto do presidente Lula
a emenda Ibsen Pinheiro.
O que tenho sustentado é exatamente o contrário, que não podemos
aceitar, pura e simplesmente, que a derrubada do veto leve à retirada
total dos recursos que o Rio de Janeiro já recebe como royalties.
É exatamente isso que irá acontecer, se não houver uma solução
negociada, que é o que defendo. E é, também, o que a presidenta Dilma
Rousseff tem tentado articular, com grande dificuldade, no Congresso.
O que tenho dito, é nada mais do que o óbvio: não ceder em nada é
caminhar para uma decisão onde se perderá tudo. E jogar as receitas
correntes do Rio de Janeiro nas mãos de uma eventual decisão judicial
que não se pode prever qual será.
Esta é, desde que nasceu essa polêmica, em 2009, a minha convicção.
Dizer, como se disse, que isto é uma posição “contra” o Rio de Janeiro é
uma inverdade e, pior, uma manipulação.
Um dos que mais lutou para que o Rio de Janeiro recebesse royalties
petróleo extraído na plataforma continental confrontante ao Estado foi
meu avô Leonel Brizola. Eu, com os meus limites muito menores, defendo
que o nosso Estado não os perca, de forma total, que é o que acontecerá
se derrubado o veto presidencial e restabelecido a emenda Ibsen.
Essa é a verdade. E se não for com a verdade, o exercício da política e de um mandato parlamentar não tem razão de ser.
Quero, também, esclarecer, que não houve, até este momento, qualquer
solicitação do Governador Sérgio Cabral para que eu assumisse tal o qual
posição.
Até porque, o governador sabe que, se não houver um acordo
conveniente para todos os envolvidos, meu voto só poderá ser a favor do
veto de Lula.
Não tenho duas caras. Sei dos desgastes que posso enfrentar por não
assumir uma posição meramente declaratória, sem me importar com a
viabilidade política das soluções.
O governo da presidenta Dilma está tentando um acordo, que implica
também em perdas para a União. E foi isso, ao que se noticiou, o tema de sua conversa, no sábado, com governador Sérgio Cabral.
Se pedimos ao Governo Federal que ajude a obter um acordo geral, não
podemos fazer isso dizendo, simplesmente, que não dialogaremos sobre
nada.
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