quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Brasil vira polo de captação de estudantes

Por Martha Funke | Para o Valor, de São Paulo A nova posição do Brasil no cenário mundial desperta o interesse de instituições de ensino estrangeiras. E programa aprovado pela presidente Dilma Rousseff – de concessão de 75 mil bolsas de estudo no exterior a partir do ano que vem, contra as 6 mil atuais – reforça essa visão. “As iniciativas em busca de alunos brasileiros têm crescido. O Brasil está em evidência”, confirma Thais Burmeister Pires, coordenadora do EducationUSA, centro oficial do governo americano para orientar estudos no país.
Encerrado em junho, o ano acadêmico nos EUA contou com 8.777 alunos daqui. Em 2010, foram 8.786. Para aumentar esse índice, desde 2006, o centro realiza feira de universidades no Brasil, que neste ano reuniu 59 escolas – foram 42 em 2010 e 25 em 2009. Segundo Thais, neste ano o EducationUSA contabilizou mais de cem representantes de instituições interessadas em recrutar estudantes locais, como escolas da Columbia e de Princeton, e outras menores, da área de negócios, como a Clark, de Massachusetts, com bolsas de até 100%, e a Willamette, do Oregon, uma das dez melhores escolas para empreendedores no ranking da revista “Inc.”, por reunir candidatos a investidores-anjos.
Muitas avaliam a possibilidade de trazer o curso até aqui. A Universidade de Pittsburgh, por exemplo, já está na 12ª turma do MBA Executivo que ministra na Câmara Americana de Comércio Brasil-EUA (Amcham), na capital paulista, e Harvard abriu em 2006 escritório em São Paulo. A lista inclui a Duke, da Carolina do Norte, integrante da Ivy League – nome dado às instituições de maior prestígio no país – e a Kenan Flager Business School, do mesmo Estado, participante do consórcio que oferece o programa internacional OneMBA, reunindo instituições do México, da Holanda, de Hong Kong e São Paulo, onde ministra aulas na Fundação Getúlio Vargas.
Neste ano, o evento Grandes Universidades, da Fundação Estudar, trouxe ao Brasil Nitin Nohria, reitor da Harvard Business School – cujo curso Owner/ President Management Program (OPM) é objeto de desejo dos brasileiros -, e Peter Salovey, diretor acadêmico de Yale. “No ano que vem vamos ter Oxford e Columbia”, antecipa a diretora executiva da fundação, Thaís Junqueira.
O Canadá, por sua vez, organizou a feira Imagine Estudar no Canadá com 68 instituições, incluindo 18 universidades – 14 oferecem programas de MBA – e 15 faculdades. Segundo a vice-consulesa comercial Heather Bystryk, o evento atraiu cerca de 4 mil visitantes, 25% interessados em pós-graduação.
“O Canadá e o terceiro país com maior número de escolas de MBA no ranking global do Financial Times”, ressalta Heather, observando que, diferente do Brasil, no Canadá os cursos de MBA são estrito senso. A estimativa é que, em 2010, o número de estudantes brasileiros no país tenha crescido 4% sobre o ano anterior, somando 16 mil alunos, principalmente em cursos de inglês.
Já os europeus trouxeram este ano o evento realizado desde 2000 no México, na Argentina e na Colômbia. Promovido em conjunto por instituições de fomento ao ensino superior da França (CampusFrance), da Alemanha (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico – DAAD) e da Holanda (Organização Neerlandesa para a Cooperação Internacional no Ensino Superior – NUFFIC), o Euro-Pós reuniu 97 estandes de expositores do Brasil e de 13 países da Europa e atraiu 9 mil participantes. A França ainda levou, na sequência, parte das instituições presentes ao Recife (PE) e as demais, a Porto Alegre (RS).
Segundo Thierry Valentin, diretor do Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica (CenDoTec) e do CampusFrance, um dos responsáveis pela organização do evento no Brasil, o público corporativo foi um dos focos de interesse, em parte pelo aquecimento das relações econômicas e politicas entre os dois países. “Temos mais de 500 empresas francesas no Brasil e das 40 listadas na bolsa de lá, 38 estão aqui”, diz. Segundo ele, nos últimos cinco anos o número de estudantes brasileiros na França dobrou e hoje são cerca de 3 mil, enquanto o número de franceses no Brasil mal chega a 500. Os setores mais procurados são economia e administração, seguidos por engenharia e ciências.
Postado por Luis Favre
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Do Blog do Favre.

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