Brasília
– Brasileiras que estão em Portugal, na Espanha e na Itália em
situação de risco e ameaça ganham a partir de hoje (25) mais apoio. É
um número de telefone para o qual elas fazem a chamada, relatam o
problema e indicam o que querem que seja feito. O projeto é piloto, mas a
ideia é estendê-lo para a Europa e as Américas. O serviço é resultado
de uma parceria da Secretaria de Políticas paras as Mulheres (SPM) e
dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.
O
serviço chamado de Ligue 180 é gratuito e será lançado hoje em
Brasília pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da
Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, e pelo secretário
executivo do Ministério das Relações Exteriores, Ruy Nogueira. Há dois
anos, o governo brasileiro vinha trabalhando para a criação desse
canal de apoio. As mulheres em situação de violência no Brasil já
tinham acesso ao serviço, por meio do número de telefone 180.
“A
ideia é estar disponível 24 horas. Antes havia o apoio prestado pelos
serviços consulares, muitas vezes o pedido de ajuda não ocorria porque
algumas mulheres ficavam constrangidas de relatar o que estavam
passando. Agora haverá um atendimento só para elas”, disse a chefe do
Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, Maria Luiza Ribeiro
Lopes da Silva.
A
diplomata disse que a orientação é para que as atendentes recebam as
queixas e providenciem os encaminhamentos desejados pelas mulheres que
fazem as reclamações. “O telefonema pode ser anônimo. Se a mulher não
quiser fornecer detalhes por temor ou receio, a reclamação será feita
da mesma forma”, disse Maria Luiza Silva.
Pelos
dados divulgados na primeira quinzena deste mês pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 491.645 brasileiros
viviam em 193 países, em 2010. Porém, esse número não inclui as pessoas
que podem ter emigrado, por exemplo. Os principais países procurados
pelos brasileiros são os Estados Unidos, Portugal, a Espanha, o Japão, a
Itália e a Inglaterra.
“Hoje,
infelizmente, apenas temos informações de que as queixas de violência
contra a mulher são numerosas. Mas essas pessoas que sofrem, as
vítimas, ainda são invisíveis. Queremos saber qual é a demanda para
tomar as devidas providências e evitar que o problema permaneça”, disse
Maria Luiza Silva.
Para
criar o serviço de apoio às mulheres, o governo brasileiro considerou
os locais onde há mais registros de casos de violência contra pessoas
do sexo feminino. O mapeamento foi feito com base em dados da Polícia
Federal, dos consulados brasileiros no exterior e da Secretaria de
Políticas paras as Mulheres.
Nesta
primeira etapa do serviço, atuam os consulados do Porto e de Lisboa
(Portugal), de Madri e Barcelona (Espanha) e de Milão e Roma (Itália).
Para entrar em contato com o serviço há três números distintos. Se a
mulher estiver em Portugal, ela deve telefonar para 800 800 550, pedir a
opção 3 e discar 61 37 99 01 80.
Caso
a brasileira esteja na Espanha, o número que deve ser discado é 900
990 055, com a escolha da opção 3. Em seguida, ela deve discar 61 37 99
01 80. Se a mulher estiver na Itália, o número a ser discado é 800 172
211, opção 3. Depois, ela deve discar 61 37 99 01 80. O serviço estará
disponível 24 horas, segundo o Ministério das Relações Exteriores.
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