Suplente
de Agripino Maia,senador do DEM,é do PSDB e está preso por roubo nos
Detrans de todo o Brasil. O senador Álvaro Dias irá ao "Jornal
Nacional",com aquela cara de pau se fingindo de consternado e vai pedir
explicações ao senador Demóstenes Torres,aquele que não gosta de cotas
porque vai incentivar o racismo. É de chorar! Aposentado Invocado - Brasília/DF.
OS RABOS-DE-PALHA DE UM FILHOTE DA DITADURA (Revista Caros Amigos)
O
Senador José Agripino(DEM-RN) é apresentado pela Mídia(PIG) como um
ícone da moral sempre entrevistado para denunciar as mazelas do Governo
Lula e pontificar sobre ética, seu passado, porém, não o abona.
Do
meio para o fim dos anos 1970, para fazer parte do grupinho oligárquico
que havia duas décadas comandava a política do Rio Grande do Norte, uma
condição era suficiente e necessária: aderir à estratégia de renovação
do regime autoritário, preparando-se para a transição. Isto é, a bênção
dos militares era mais que bem-vinda. O industrial Osmundo Faria, dono
da salina Amarra Negra e de vasto latifúndio no agreste, estava para ser
anunciado sucessor do governador Cortez Pereira (1971-1975). Não tinha
experiência em cargo eletivo – era suplente do senador Dinarte Mariz.
Mas contava com o apadrinhamento de ninguém menos que o ministro do
Exército, general Dale Coutinho, ex-chefe da repressão no Nordeste. Era,
no dizer do político gaúcho Leonel Brizola, o “filhote da ditadura” da
vez.
O episódio que pesou contra
Osmundo Faria, em maio de 1974, deu-se no Hotel Nacional, na Ribeira,
centro de Natal, ponto de encontro de lideranças políticas. O
ex-deputado Anderson Dutra, ao irromper no bar e cumprimentar o deputado
Ivan Rosado, aliado de Dinarte, cometeu uma inconfidência que mudaria
os rumos da história política do Estado:
- Aluízio é muito forte. Mesmo cassado, tá ali cochichando com o futuro governador.
Na
noite desse mesmo dia, Dinarte já sabia. Foi o suficiente para o
senador voltar-se contra o próprio suplente Osmundo Faria e opor-se à
nomeação dele. Aluízio Alves, chefe de extenso clã, tinha ascendido ao
governo em 1960, após intensa luta eleitoral contra o então governador
Dinarte Mariz e seu candidato, o deputado federal Djalma Marinho, ruim
de voto, mas importante quadro intelectual da direitista União
Democrática Nacional, a UDN.
Apoiado
pelo PCB e outras forças de esquerda, Aluízio representava interesses
de modernização num Estado dominado pela agropecuária. Tinha, contudo,
sólidas raízes udenistas - foi eleito deputado federal seguidas vezes, a
partir de 1945, pela UDN, pilotando programas de rádio e organizando
ações de assistência aos flagelados das secas. Um populista cujo mandato
de deputado federal acabaria cassado em fevereiro de 1969 sob a
acusação de corrupção.
Mais
próximo dos generais da ditadura, Dinarte, assim que soube da conversa
no bar do hotel, escreveu para o "general de plantão" Ernesto Geisel,
reclamando que nem sequer havia sido ouvido sobre a escolha de Osmundo.
Geisel chama Petrônio Portela, seu principal articulador:
- Petrônio, você já nomeou o governador do Rio Grande do Norte?
- Ainda não - responde Petrônio de cima do muro.
- Então, dê uma satisfação ao senador Dinarte Mariz. Não anuncie agora, não.
- Tudo bem.
No dia seguinte, morre Dale Coutinho, padrinho de Osmundo e general linha-dura, que havia proclamado:
- O Brasil melhorou muito quando começamos a matar!
É
quando entra em cena o general Golbery do Couto e Silva, eminência
parda do governo Geisel: convoca o amigo Tarcísio Maia para assumir o
governo potiguar e começar a renovar a elite política estadual, como
aconteceria país afora.
Um filhote gera outros: nasce a oligarquia Maia
Apesar
de ruim de urna, Tarcísio tem fama de bom administrador - sob a batuta
dos generais foi presidente do extinto Ipase, Instituto de Previdência e
Assistência dos Servidores do Estado. Mostrou-se desde cedo um filhote
da ditadura implacável, ávido pelo poder. A partir de 1975, montou uma
estrutura de trabalho social preconizada pelo II PND (Plano Nacional de
Desenvolvimento) e se fez senhor da política estadual, indicando o primo
e compadre, o médico Lavoisier Maia, seu secretário de Saúde, para
sucedê-lo na chefia de governo em 1979.
Segundo
José Antonio Spinelli, sociólogo e professor do Departamento e do
Programa de Pós-Graduação em Ciência Sociais da UFRN, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, esse processo de sucessão deu início à
montagem de uma máquina política poderosa, que ocuparia o poder por
longos anos.
- Essa composição de
poder vai ser extremamente receptiva aos interesses do setor econômico
moderno que se consolida nos anos 60 e 70. Mas, assim como seus
adversários históricos, os aluizistas, trazia a marca do velho na
origem, a utilização do nepotismo como forma de se reproduzir.
Por
sua vez, Lavoisier indica para a prefeitura da capital o filho de seu
primo Tarcísio, José Agripino Maia, 33 anos, jovem engenheiro da EIT,
uma empreiteira potiguar, de sólidas ligações com governos do Nordeste.
Antes de nomeado, José Agripino prestava serviço para a EIT em São Luís,
onde a empresa mantém escritório até hoje. Spinelli confirma: a
indicação de quadros técnicos, jovens, ligados ao empresariado de ponta,
para as capitais nordestinas, obedecia à estratégia de perpetuação do
regime autoritário.
Embora
dependente dos recursos e das diretrizes técnicas do governo federal,
José Agripino, bom de palanque, desembarca no Rio Grande do Norte
disposto a tocar, a qualquer custo, o projeto d e poder do velho
Tarcísio, seu pai. Inicia em 1979 um programa habitacional que o torna
popular.
Natural de Mossoró,
filho de pai paraibano e mãe baiana, José Agripino faz parte do ginásio
em Natal, no Colégio Marista, onde estudam os filhos da pequena
burguesia. Aos 13 anos muda para o Rio, onde cursa o Colégio Andrews.
Gradua-se em engenharia civil e faz pós-graduação em estabilização de
taludes.
Analisada friamente, a
trajetória de ânsia pelo poder de José Agripino é exemplo de sucesso nas
urnas: governador em 1982, na primeira eleição direta pós-1964, contra
ninguém menos que Aluízio Alves; e novamente em 1990, em disputa com o
primo Lavoisier Maia (o mesmo que o nomeou filhote-prefeito em 1979); e
depois senador por dois mandatos.
Ajuda dos milicos: o voto camarão
Voto
vinculado, invenção da ditadura, que o povo apelidou de voto camarão: o
eleitor só podia votar em candidatos de um mesmo partido, sob pena de
anular o voto. Era o que José Agripino precisava nas eleições de 1982
para governador. Nem mesmo a popularidade de Aluízio Alves conseguiu
vencer a estrutura montada em torno do jovem prefeito. Coordenador da
campanha de Aluízio, o jornalista Ticiano Duarte detalha o que pesou a
favor do adversário:
- José
Agripino foi beneficiado pelo voto camarão. O PDS tinha tudo, estrutura
maior, poder, dinheiro. Eram quatro deputados do nosso lado contra vinte
e tantos do outro; eram seis, oito prefeitos contra noventa. Cem
vereadores contra quinhentos. Aluízio venceu em Natal por cem votos, mas
perdeu feio no interior.
José
Agripino Maia toma posse em 15 de março de 1983 e, dali a dois anos,
será flagrado numa reunião com auxiliares e 120 prefeitos, acertando o
que constituiria a maior fraude eleitoral da história do Rio Grande do
Norte.
Dessa vez, José Agripino
queria eleger prefeita de Natal sua secretaria de Promoção Social, Wilma
Maia, em 1985. Tinham como adversário o deputado estadual Garibaldi
Alves Filho (PMDB), sobrinho de Aluízio e hoje presidente do Senado. O
plano foi todo armado em quatro reuniões, no Centro de Convenções, Zona
Sul de Natal.
José Agripino
simplesmente instruiu os prefeitos a comprar títulos eleitorais,
distribuir presentes, incentivar tumultos nos processos de votação e
apuração e, ainda, usa veículos oficiais com placas frias para
transportar eleitores do interior para a capital. O caso ficou conhecido
como Escândalo Rabo-de-Palha, rótulo fornecido pelo próprio José
Agripino, que ao final de uma reunião pediu:
- Não podemos deixar rabo-de-palha.
Caros
Amigos reproduz aqui parte da conversa. Laudo do Instituto Nacional de
Criminalística, da Polícia Federal, diz que a voz é do governador.
José
Agripino -Os pobres estão indecisos. É em cima desse povo que você tem
que atuar. Com uma feirazinha, com um enxoval, com umas coisinhas.
Iberê
Ferreira de Souza (secretário) - O povo mais pobre que não se
compromete, troca o voto por qualquer coisa. Botar o milhp no bolso,
porque sem milho não funciona.
Álvaro
Alberto (financiador) - O meu jogo é aberto. Se é preciso comprar os
títulos, vamos comprar. Tem que gastar dinheiro, tem que chegar com o
dinheiro.
O conceito de democracia de Agripino é peculiar, não é adequado a verbete de dicionário, serve apenas a ele e seus apaniguados:
-
Vamos indicar ma área para vocês trabalharem e inclusive nas áreas
modestas, de eleitores indecisos que são sensíveis a uma conversa e a
uma negociação, que será feita por nós ou por eles. Democracia é isto!
O conceito de terrorista também:
-
E aí eu quero fazer um lembrete: importante não é a quantidade de
pessoal, é a qualidade das pessoas, porque, se a gente traz uma mocinha,
como eu vi na eleição de 82, mocinhas inexperientes, elas ocupam uma
função, não dão conta do recado e perdem fácil para o comunista, o
terrorista, que vai se impor, intimidar e ganhar no grito.
Incômoda redemocratização
Com
a redemocratização e a nomeação do peemedebista Aluízio Alves ministro
da Administração do governo Sarney, os adversários de José Agripino é
que passam a dar as cartas em Brasília. O plano do então governador, de
"implodir" o PMDB, não se concretiza. Pelo contrário. Aluízio a
autoconcessão da TV Cabugi (afiliada da Globo) - sua família também é
dona de rádios e do jornal Tribuna do Norte. Garibaldi Filho é eleito
prefeito de Natal. No ano seguinte, a chapa João, Lavô e Jajá (João
Faustino para governador e Lavoisier Maia e José Agripino, senadores)
leva as duas vagas do Senado,mas perde na "cabeça" para Geraldo
Melo,aliado dos Alves. O filhote não cai, mas balança.
Nos
últimos trinta anos, alguns atos de José Agripino povoam o folclore
político da região. Um deles, quem conta é o colega Ailton Medeiros,
blogueiro e apresentador de programa de entrevistas de uma emissora de
televisão de Natal.
- No primeiro
governo de José Agripino, me mandaram cobrir a visita do governador aos
flagelados do Seridó. Eu estava acompanhando o senador Dinarte Mariz,
quando José Agripino começou a fumar numa piteira de ouro. Foi
repreendido por Dinarte: "O que é isso? Isso é maneira de visitar os
flagelados?" Daí, o governador, meio sem jeito, apagou o cigarro.
Outro
detalhe é o gosto de José Agripino por carros e equipamentos de som e
imagem. Em 2002 declarou que tem um luxuoso Mercedes SL-320 de 114.500
reais; a sala de cinema instalada em seu apartamento de Natal está
avaliada em mais de 150.000 reais.
Lourismo: uma questão de bom gosto racial
Em
2006, o jornalista e escritor Orlando Rangel Rodrigues, o Caboré,
lançou Rabo-de-Palha: o Jabá de Jajá. Caboré é um tipo atuante, opositor
da ditadura militar e crítico feroz das oligarquias. Ganhou notoriedade
no Seridó nos anos 60 e 70 ao denunciar, na Rádio Rural, crimes de
pistolagem. Seu livro narra o Escândalo Rabo-de-Palha de maneira
engraçadíssima e traz mais curiosidades sobre José Agripino. Uma delas é
o "lourismo". Define o autor na página 89:
"...
era uma fauna que definia os mortais de puro sangue do governo José
Agripino. (...) criaram a República de Jacumã, praia do litoral norte
potiguar. Belas mansões que abrigavam, em veraneios, somente pessoas
estritamente do convívio palaciano: uma elite de políticos de grandes
currais eleitorais e empresários bons de nota".
Segundo
Caboré, o lourismo não aceita, por exemplo, Lula na presidência da
República. Peço para ele comentar estas declarações do agropecuarista
José Bezerra de Araújo Júnior, suplente de José Agripino, em entrevista
para a Tribuna do Norte:
"Collor
foi o governo menos corrupto que o país já teve" e "Eu acho que o Lula é
um populista analfabeto. Discrimino mesmo: é analfabeto!"
-
Taí um exemplo do que faz o lourismo. Nunca quiseram ver Lula
presidente. São contra metalúrgico, contra negro, contra pobre, contra
analfabeto. Acham que não têm direito a nada. Convivo com muita gente do
lourismo. Já ouvi vários afirmarem ser contra Barack Obama. Tem algum
motivo dessa casta, dessa elite ser contra Barack Obama a não ser pelo
fato de ele ser negro. Hein?
Com a corda toda
De
volta ao governo em março de 1991 - após derrotar o primo e ex-aliado
Lavoisier -, José Agripino deixa o cargo em abril de 1994 para concorrer
mais uma vez ao Senado. Volta a Brasília sem que um escândalo de
arrecadação de seu governo seja esclarecido. O Ganhe Já consistia numa
loteria em que o cidadão trocava notas fiscais por cupons que lhe davam o
direito de concorrer a prêmios - geladeira, bicicleta, mochila.
Transcrevo a manchete e o começo de uma reportagem do JN, Jornal de
Natal, de 21 de novembro de 1994:
"A
Falência do Ganhe Já e o Arrocho Fiscal. A campanha do Ganhe Já,
denunciada sistematicamente por este jornal como uma farsa, que vendia
uma falsa realidade do Rio Grande do Norte (tendo inclusive motivado a
decisão do JN a não publicar qualquer anúncio da campanha), faliu sem
jamais ter alcançado seu objetivo, aumentar a arrecadação do Estado. Foi
apenas um sangradouro de dinheiro que financiou a Dumbo Publicidade e
fornecedores e levou o Erário a esvaziar-se a ponto de o Estado não ter
dinheiro em caixa sequer para o pagamento da folha do funcionalismo."
O
semanário JN vendia 7.500 exemplares (nada mal para uma cidade do
tamanho de Natal). A reportagem a seguir ilustra bem o que estava por
atrás do Ganhe Já:
"O
empobrecimento do Estado, que tem hoje uma legião de 1 milhão de
flagelados (...), se deu na exata medida do enriquecimento de 'amigos do
peito' do governador, com destaque para os proprietários da Dumbo
Publicidade, responsável pela farsa do Ganhe Já, que manteve quase toda a
imprensa amordaçada durante os quatro anos de governo pefelista."
A Dumbo Publicidade não tocava o dito programa de arrecadação com zelo, como mostra o JN de 28 de novembro de 1994:
"Como
tudo que cercou o Ganhe Já antes de sua falência total, a participação
da empresa Informe Prestação de Serviços Ltda., terceirizada pela Dumbo
Publicidade para executar a campanha, também é um mistério. E dos mais
nebulosos. Contratada sem licitação, depois que o então secretário de
Fazenda Manoel Pereira anulou inexplicavelmente a concorrência que havia
sido aberta justamente para se escolher a firma que iria trabalhar no
Ganhe Já, a Informe viveu sempre nas sombras."
José Agripino nunca processou o JN pelas denúncias.
De bem com a vida
Rua
Carlos Passos, bairro do Tirol, área prá lá de nobre. É aqui, no
condomínio Aurino Vila, que mora na cobertura com piscina o senador José
Agripino. É um edifício de dezesseis andares, de mau gosto
arquitetônico - de fachada branca empastilhada. Não é para qualquer um. É
para o raro cidadão que tem 1 milhão e meio de reais no bolso sobrando.
Grana, para José Agripino, não é problema. Menos ainda depois que o
INCRA comprou, já no governo Lula, três imóveis dentro da fazenda São
João, antes pertencente ao pai dele, Tarcísio, em Mossoró. O governo
comprou os imóveis, com 3.985 hectares, por quase 4 milhões de reais.
Nada mal para quem já declarava à Justiça Eleitoral, em 2002, quase 3
milhões de patrimônio.
Apuração
Estive
em Natal na segunda metade de fevereiro passado. Durante uma semana
consegui entrevistar apenas três pessoas (e todas sem se identificar)
sobre o Rabo-de-Palha e o Ganhe Já. Ninguém quer tocar no assunto. Fácil
explicar: a família de José Agripino, líder do DEM (ex-PFL) no Senado,
controla cinco rádios e uma emissora de televisão, a TV Tropical
(afiliada da Record); Iberê Ferreira de Souza, seu ex-secretário, é
vice-governador e secretário de Recursos Hídricos, auxiliar justamente
da governadora Wilma de Faria, ex-mulher de Lavoisier Maia e secretária
de Promoção Social de José Agripino que, caso vencesse Garibaldi Filho
no pleito de 1985, se tornaria a maior beneficiária do Rabo-de-Palha.
Tem
mais, muito mais: Álvaro Alberto, financiador de campanha envolvido no
esquema, é um sujeito muito rico. Foi dono da falida Associação de
Poupança e Empréstimo do Rio Grande do Norte (Apern), hoje preside a
Companhia Hipotecária Brasileira (CHB), empresa de obtenção de crédito
com atuação em todo o país. O próprio resultado da eleição de 1985
ajudou o caso a cair em esquecimento: Garibaldi Filho, hoje presidente
do Senado, venceu o pleito, ajudado pela exposição do escândalo pouco
antes da eleição. Ou seja: ganhou a eleição, para que contestar o
resultado? Outra ironia: Garibaldi Filho e José Agripino hoje estão
aliados, Costumam cumprir agenda, percorrendo juntos o Estado.
O
Rabo-de-Palha é tabu em Natal, cidade onde nasci e cresci ouvindo em
casa, na escola, na rua a história das "feirinhas do Centro de
Convenção" de que falava Agripino. O mesmo acontece com o Ganhe Já. Como
todo lugar em que as oligarquias dominam a política e controlam os
veículos de informação, esse tipo de assunto fica restrito à casa dos
envolvidos. O que faz sentido: não existe lugar mais apropriado para
lavar a roupa suja.
TAL PAI
Cinqüenta
e cinco deputados federais (10,7 por cento da casa) detêm concessões de
radiodifusão. O Rio Grande do Norte encabeça o rol de maiores
detentores: metade da sua bancada.
O
deputado potiguar Felipe Maia (DEM), 34 anos, filho de José Agripino e
neto do velho Tarcísio, possui cotas nas rádios A Voz do Seridó e Rádio
Curimataú de Nova Cruz. Chama atenção o valor das cotas: 32 reais. A
declaração de bens do parlamentar em 2006 mostra que sua participação na
Rádio Curimataú é de apenas 10 reais; na outra, investiu mais alto: 22
reais.
A maior parte de seus
quase 4 milhões de reais declarados está numa de suas oito contas do
Fundo de Investimentos Sudameris. Felipe tem apartamentos em bairro
chique, empresa de revenda de motos, contas em fundos de investimentos. E
ainda a Comav, que, mediante concessão pública, transporta o
combustível que abastece aeronaves no aeroporto de Parnamirim (Grande
Natal).
Felipe Maia tem
participação, também, na emissora de televisão do pai, a TV Tropical
(afiliada da Record), com 2.000 reais de cotas. O artigo 54 da
Constituição diz que deputados e senadores não podem ter participação no
tipo de empresa em que Felipe Maia atua: concessionárias da
administração pública. E na Câmara dos Deputados ele é suplente do
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar...
Léo Arcoverde, com colaboração de Raquel Souza
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