O
ex-governador José Serra apresentou à direção do PSDB o diagnóstico de
que o partido não tem candidato viável para disputar a Prefeitura de São
Paulo nas eleições do próximo ano e deveria apoiar o vice-governador
Guilherme Afif, filiado ao PSD.
O PSDB planeja realizar prévias
em janeiro para escolher seu candidato a prefeito, mas a ausência de
nomes conhecidos do eleitorado entre os quatro pretendentes que se
apresentaram até aqui tem gerado dúvidas sobre a estratégia dos tucanos
para 2012.
A investida de Serra contra a
realização das prévias levou a cúpula do PSDB a reagir ontem com a
publicação de uma nota em que o partido se declara disposto "de maneira
inconteste" a disputar as eleições com candidato próprio.
O desgaste nas relações de Serra
com a direção do partido aumentou no fim de semana, quando o
ex-governador discutiu por telefone com o presidente do diretório
estadual, Pedro Tobias, conforme os relatos que Tobias fez a três
pessoas de sua confiança.
Segundo esses interlocutores,
Tobias disse a Serra que sua avaliação sobre a falta de competitividade
dos candidatos tucanos era uma "bobagem completa" e que o partido não
pode abrir mão da candidatura própria em 2012.
Serra afirmou a Tobias que não
se envolverá na campanha se o partido insistir em lançar candidato
próprio e vetar a aliança com o PSD, o partido criado neste ano pelo
prefeito Gilberto Kassab.
Derrotado nas eleições
presidenciais de 2010, Serra tem recebido apelos para se candidatar a
prefeito, por ser o tucano mais bem colocado nas pesquisas de intenção
de voto. Mas ele nega ter interesse em participar da disputa.
A reação do PSDB de São Paulo
teve apoio do presidente nacional da legenda, deputado Sérgio Guerra
(PE). O governador Geraldo Alckmin foi informado do teor da nota e deu
aval à sua divulgação.
Mesmo tucanos próximos a Serra,
como o secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, um dos quatro
pré-candidatos do partido, discordam da tese de que o PSDB deveria abrir
mão da candidatura e apoiar o PSD.
A discussão com Tobias não foi o
único atrito em que Serra se envolveu nos últimos dias. No sábado, como
informou ontem o Painel, ele questionou o presidente da Juventude do
PSDB paulista, Paulo Mathias, 20, sobre a omissão de seu nome numa
publicação do movimento.
Segundo relatos de pessoas
presentes, Serra disse ao estudante que a Juventude Tucana era "um bando
de pelegos" e que ele não deveria "se intrometer em questões nacionais e
municipais".
O estudante confirmou que o
entrevero ocorreu, mas disse "admirar" Serra. "É um baita cara",
afirmou. "Acho que ele estava num dia ruim."
O ex-governador telefonou ontem
para o estudante e disse que a discussão foi um mal-entendido. Mathias o
convidou a fazer uma palestra para a Juventude do PSDB em dezembro. A
revista que incomodou Serra circulou com apenas 94 exemplares. Na Folha
O senador Aloysio Nunes prestou
solidariedade ontem, por telefone, ao presidente da Juventude Tucana de
São Paulo, Paulo Mathias, 20 anos, com quem José Serra discutiu
publicamente no sábado.
Um observador anotou: o não-candidato Serra acompanhou Alckmin em três
compromissos desde sábado. Foi à entrega de casas em Cubatão, à posse
do núcleo sindical do PSDB paulista e à inauguração do Poupatempo de
Sorocaba.Mas, jura que não é candidato
Nenhum comentário:
Postar um comentário