Lembra de alguém? |
O MP-SP (Ministério
Público de São Paulo) pediu o bloqueio de bens e o afastamento do
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A ação movida pela Promotoria de
Defesa do Patrimônio Público e Social inclui como réus o secretário
municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge e seis empresas —
entre elas a CCR e a Controlar —. Todos são acusados de participar de
uma suposta fraude que movimentou bilhões no contrato da inspeção
veicular em São Paulo.
A informação do jornal O Estado de S. Paulo
foi confirmada pela Assessoria de Imprensa do TJ-SP (Tribunal de
Justiça de São Paulo). Nos autos, que somam 50 volumes, o MP pede também
a perda dos direitos políticos e a condenação por improbidade
administrativa dos acusados.
De
acordo com o Ministério Público, a ação aponta nulidades da
concorrência vencida em 2005 pelo Consórcio Controlar, a inabilitação
técnica, econômica e financeira da Controlar para executar o contrato,
fraudes na mudança do controle acionário e na composição do capital
social da Controlar, inconstitucionalidade de leis municipais sobre a
inspeção veicular obrigatória e uma série de outras irregularidades que
tornam nulos o contrato e seus aditivos.
A ação foi movida pelos promotores Roberto de Almeida Costa e Marcelo Daneluzzi, que atribuíram o valor de R$ 1,05 bilhão
à causa. Os promotores pedem a suspensão imediata da inspeção veicular,
a devolução dos valores de multas cobradas dos moradores de São Paulo,
além de indenização por danos morais aos donos de veículos.
O
MP também busca a responsabilização de Hélio Neves, chefe de gabinete
da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, que tem delegação para
acompanhar a execução do contrato, e de Félix Castilho, assessor
jurídico que teria atuado com desvio de finalidade para dar aparente
legalidade a atos ilegais, ignorando pareceres precedentes contrários
das suas Assessorias Técnica e Jurídica e decisões do Tribunal de Contas
do Município.
A ação pede o
afastamento do prefeito porque, no entendimento dos promotores, os
processos administrativos demonstram ingerência do prefeito na autonomia
da Procuradoria Geral do Município, bem como em virtude da resistência
do prefeito em atender as recomendações do Tribunal de Contas que, nos
anos de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011, aponta irregularidades no
negócio.
Os promotores pedem a
responsabilização dos agentes públicos, empresas e empresários
envolvidos, com base na lei de improbidade administrativa — que prevê a
perda do cargo e dos direitos políticos, entre outras sanções —, além do
ressarcimento aos cofres do Município de eventuais prejuízos causados
ao erário.
A ação foi distribuída
à 31ª Vara da Fazenda Pública da Capital. Os promotores também
encaminharam cópia do procedimento ao Tribunal de Contas e à Câmara
Municipal.
Outro lado
A
Controlar, por meio de Nota à Imprensa, afirmou que ainda não foi
notificada da ação movida contra a empresa. Disse também que prestou
informações ao Ministério Público durante a investigação "comprovando,
por meio de documentação, a lisura na implementação e no cumprimento do
contrato de concessão".
A empresa
afirma, na nota, que sua atuação, responsável pela inspeção veicular na
cidade de São Paulo, é "baseada em princípios de honestidade, ética,
transparência e respeito à população".
Por
fim, alega que está à disposição para prestar esclarecimentos ao MP e
que a inspeção veicular trouxe benefícios para a cidade, "entre eles uma
economia de R$ 78 milhões para o sistema de saúde".
Veja a íntegra da nota enviada ao Última Instância
COMUNICADO À IMPRENSAA Controlar, concessionária responsável pela inspeção ambiental veicular na cidade de São Paulo, informa que até o momento não foi notificada sobre a ação civil pública protocolada hoje pelo Ministério Público Estadual.A concessionária prestou em diversas ocasiões todos os esclarecimentos solicitados pela promotoria, comprovando, por meio de documentação, a lisura na implementação e no cumprimento do contrato de concessão.A empresa reiteraque toda sua atuação tem sido baseada em princípios de honestidade, ética, transparência e respeito à população. A Controlar permanece à disposição para prestar todos e quaisquer esclarecimentos solicitados pelo Ministério Público, pois acredita que a apuração rigorosa dos fatos comprovará a regularidade da implantação do Programa em São Paulo.A inspeção ambiental veicular é realizada com os mais altos padrões técnicos e já demonstrou grandes benefícios para a cidade com a redução da poluição veicular, entre eles uma economia de R$ 78 milhões para o sistema de saúde.Assessoria de Comunicação da Controlar
Nenhum comentário:
Postar um comentário