Por Nirlando Beirão*
CartaCapital, *Matéria originalmente publicada pelo R7
Ela é uma atriz esforçada, a Juliana Paes. Sempre cabe bem no papel de periguete. O último foi no seriado O Astro.
Mas, de repente, recrutá-la para
reviver na TV a Gabriela que já foi de Sonia Braga, aí, gente, já é
esticar demais a corda, né, não?
Sonia Braga é uma diva. Sempre foi. É
uma das raras atrizes da Globo que sabem que Stanislavski não é zagueiro
da seleção tcheca. Que Chantilly não é só confeito de bolo. Que
Primavera Árabe não é nome de coleção de moda desfilada em Paris.
Juliana Paes está fazendo
campanha contra a usina hidrelétrica de Belo Monte, a ser construída no
Xingu. Ela e mais um elenco de globetes, intelectuais da Barra da
Tijuca, que aparecem na TV em anúncios pagos.
Claro que quem não poderia deixar de estar no time das reclamonas é a notável Maitê Proença.
Maitê, que por algum tempo estrelou o programa mais chato da TV mundial, o Saia Justa, foi aquela que, na campanha presidencial de 2010, “embora feminista”, atiçou “os machos selvagens” a “nos salvar da Dilma”.
A UDN do Leblon, sempre atrás de uma
bandeira de raiva, agora elegeu uma hidrelétrica como pretexto. Gostaria
de saber o que Juliana Paes sabe realmente de Belo Monte.
O meio ambiente é um tema charmoso para quem tem a profundidade política de um pires.
Tem gente decente na área, gente
bem-intencionada, séria, estudiosa. No episódio Belo Monte, creio que
os doutos da ecologia estejam enganados, mas reconheço o direito deles
de espernear.
A incômoda verdade é: nenhuma terra indígena será alagada, o risco ambiental é nulo.
Os ecoxiitas – abrigados numa
ONG de nome Movimento Gota d’Água aparentemente muito bem aquinhoada de
recursos – cooptaram os rostinhos bonitos da Globo para dizer que no
futuro a gente vai assistir às novelas graças à energia gerada por pás
de vento.
Parece coisa daquele antigo Fidalgo de la Mancha, simpático mas também equivocado.
CartaCapital, *Matéria originalmente publicada pelo R7
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