O senador Demóstenes Torres (DEM-GO)
pediu afastamento na tarde desta terça-feira da liderança do Democratas
no Senado. Enfraquecido pelas denúncias de envolvimento com o
contraventor Carlinhos Cachoeira, preso recentemente pela operação Monte
Carlo, da Polícia Federal (PF), Demóstenes vem sendo pressionado pelo
próprio partido para que apresente explicações sobre o caso.
Por meio de carta-ofício encaminhada ao
presidente do partido, senador José Agripino Maia (RN), Demóstenes
justifica o afastamento para que “possa acompanhar a evolução dos fatos
noticiados nos últimos dias”. Na última sexta-feira, reportagem do
jornal O Globo apontou que gravações da Polícia Federal indicam
que o senador pediu dinheiro e vazou informações de reuniões oficiais a
Cachoeira. Conforme a publicação, mesmo recebendo relatório em 2009, o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não tomou providências
para esclarecer o caso. O documento aponta que os deputados Carlos
Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO) também mantinham ligações
suspeitas com Cachoeira.
Mais cedo, o presidente do DEM, Agripino
Maia havia admitido que o partido está desconfortável e poderá expulsar
da sigla Demóstenes, caso a Procuradoria Geral da República (PGR)
apresente denúncias com “elementos fortes e claros” contra ele.
“Dependendo das gravidades e qualidades
da denúncia, (…) o partido já tem atuação pretérita em cima de fatos
como esses que estão mencionados. O Democratas é um partido que zela
pela ética”, disse, ao ser questionado se a sigla pouparia a Demóstenes.
Ao responder questionamentos de
jornalistas no Congresso Nacional nesta manhã, Agripino explicou que a
situação é incômoda dentro do partido devido ao silêncio da PGR, o que
gera dúvida no Senado Federal, cria desconforto para demais senadores e
impossibilita a defesa de Demóstenes.
“A dúvida gera o incomodo, (..) é
preciso dar o direito do contraditório. Tudo isso deve ser posto às
claras para se dar ao senador o direito de se defender e apresentar
justificativas que ele deve ter”, disse. “A PGR dispões de todos os
elementos que precisa. Que esses elementos sejam expostos e o processo
de investigação seja instalado, ou não. Acho que o Senado todo, que vive
momento de constrangimento, aguarda pronunciamento da PGR.”
Na tribuna do Senado, Demóstenes se
defendeu afirmando que não é investigado por nenhum crime ou
contravenção e que a violação do seu sigilo telefônico não obedeceu a
critérios legais. Apesar disso, o senador não negou que conheça
Cachoeira, nem que tem uma relação próxima com o bicheiro. Nos
bastidores, o mais cotado para assumir a liderança do DEM é o senador
Jayme Campos (MT).
Por Helena
Do Blog Os Amigos do Brasil.
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