Wálter Fanganiello Maierovitch, Terra
Magazine / Sem Fronteiras
“Para muitos, a melhor defesa é o ataque. Uma
tática militar antiga e até mencionada na Arte
da Guerra, um escrito do chinês Sun Tzu, por volta do século IV AC.
O procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, parece ser adepto dessa velha e surrada tese militar.
A propósito, muita usada por políticos
brasileiros para se fazerem de vítima, mudar o foco e incorporar o papel de
vítimas.
Nos tratados sobre “vitimologia” escritos
por juristas não há registro sobre aqueles, como Gurgel, que se colocam como
vítimas para descumprir a obrigação de informar os cidadãos, algo fundamental
nos Estados Democráticos de Direito.
Gurgel disse que os ataques
recebidos, referentes ao inquérito policial nascido com a Operação
Vegas que colocou na geladeira desde 2009, são de autoria dos que estão
“morrendo de medo do Mensalão”.
Muitos cidadãos brasileiros não são réus no
processo conhecido como Mensalão e estranharam ter Gurgel “sentado em cima” de
um trabalho investigativo que já apontava para o que se sabe agora, ou seja, o
envolvimento do senador Demóstenes Torres com a organização criminosa comandada
pelo “capo” Carlinhos Cachoeira.
Que o Partido dos Trabalhadores (PT) e os
Zé Dirceus e Jeffersons da vida tenham interesse em desprestigiar Gurgel,
é simplesmente constatar uma obviedade. Mas, convenhamos, Gurgel deu de bandeja
uma justificativa para os seus desafetos: em alegações finais, no processo do
Mensalão, o procurador Gurgel pediu a condenação de mensaleiros de alto coturno
da vida político-partidária.”
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