“Ao rotular como insetos ou robôs
internautas que criticam a publicação, revista da Abril é alvo de um protesto
gigantesco no Twitter; arrogância distancia leitores e mostra despreparo para
lidar com crises de imagem nas redes sociais
Brasil 247
Não se espere de qualquer grande veículo de
comunicação qualquer tipo de autocrítica. Todos eles têm sempre razão. Na
história do jornalismo brasileiro, o único que reconheceu um erro de informação
dando o mesmo destaque na primeira página foi o Correio Braziliense, quando
comandado por Ricardo Noblat. Na época, a ousadia rendeu um Prêmio Esso ao
jornal.
Veja vem sendo criticada há várias semanas
por internautas do Brasil inteiro. Sofre aquilo que os especialistas definiriam
como uma crise de imagem nas redes sociais. Algo que pode acontecer com
qualquer empresa. Recentemente, por exemplo, ocorreu com a Claro e com seu
garoto-propaganda Ronaldo, que não cumpriram uma promoção anunciada na Páscoa.
Em casos desse tipo, os consultores
recomendam humildade, cautela e, sobretudo, diálogo com os internautas. Veja
preferiu adotar o caminho oposto. Optou pela arrogância, pela prepotência e
pelo desprezo pelos internautas. Numa reportagem deste fim de semana, rotulou
como “insetos”, “robôs” ou “petralhas amestrados” os internautas que têm
participado de seguidos tuitaços contra a publicação, desde que se evidenciou a
proximidade entre a revista e o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O resultado foi devastador. Neste sábado,
Veja liderou os trending topics durante praticamente todo o sábado. Começou ao
meio-dia e ainda agora estava lá, seja com #VejaComMEDO, seja com #VejaTemMEDO.
Muitos internautas alteraram até as fotos dos seus perfis e passaram a utilizar
imagens de robôs ou insetos. Na grande maioria, são jovens, potenciais leitores
de Veja, mas que vêm disseminando uma mensagem que ninguém consegue calar e que
pode ser devastadora: a de que a maior revista do Brasil tinha algum tipo de
associação com um esquema criminoso. Nesse tom, mais de 25 mil mensagens foram
postadas no Twitter.”
Foto: Edição/247
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