Mesmo sem querer, a Folha de S.Paulo do último sábado abriu o mês de
setembro dando uma inigualável contribuição ao debate sobre a relação
liberdade de imprensa e de expressão, estampando a imperiosa necessidade
da democratização dos meios de comunicação.
Ao omitir da capa para os (e)leitores de Minas Gerais a foto do
presidente Lula ao lado de Patrus Ananias, candidato a prefeito de Belo
Horizonte pelo PT, o jornal da tucanalha paulista dá sequência às suas
inconsequências e incontinências.
Para os demais estados, a foto do ex-presidente soltando o verbo caia
bem, era notícia que se vende sem maiores contraindicações, já que não
impacta diretamente as urnas do aliado alado. Para o povo das Alterosas,
a bicada é mais embaixo.
A bem da verdade, conforme denunciou o secretário de Formação da Central
Única dos Trabalhadores, José Celestino Lourenço (Tino), que adquiriu
no aeroporto as duas edições, a Folha que chegou a Minas Gerais também
omitia o texto sobre a participação de Lula e não fazia – obviamente -
qualquer referência à candidatura contrária aos interesses do tucanato
mineiro.
Assim, livre para voar e invisibilizar, a Folha substituiu na edição de
Minas a foto vertical de Lula-Patrus por duas horizontais: de Clint
Eastwood com uma cadeira vazia e outra de Obama de costas.
Não é de hoje a reflexão – e a denúncia – de como funciona o balcão de
negociatas em que se converteu a distribuição de publicidades oficiais
para garantir que as neves reacionárias e cambaleantes sejam degeladas
em outras terras. É sempre bom ver para crer. Reforça a compreensão da
necessidade do processo de depenagem, agora, das aves de mau agouro. E o
compromisso de virarmos a página.
No Pensatempo
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