Em semana de esforço concentrado, que reúne deputados em Brasília para
votação de matérias, os parlamentares repercutiram, em discurso no
Plenário da Câmara, com críticas ácidas a reportagem da revista Veja
fazendo acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter sido
o “chefe” do suposto esquema do mensalão. Os parlamentares da base
aliada disseram que a Veja deveria ir à CPMI do Cachoeira explicar suas
ligações com o contraventor.
O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS) refutou a tese de existência do esquema de compra de votos que ficou conhecido como mensalão e negou qualquer participação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Maia, as acusações publicadas pela revista Veja contra Lula são uma tentativa de reforçar teses que não condizem com a realidade para gerar um clima de instabilidade nas vésperas das eleições. “Outro absurdo é a suspeita de envolvimento do ex-presidente Lula com o mensalão. Vejam vocês que o próprio advogado do cidadão Marcos Valério desmente as acusações e a revista [Veja] as mantêm como se fossem verdadeiras”, disse Maia.
Maia também criticou a reportagem por acusar Lula sem citar dados comprobatórios ou novos. Segundo ele, a revista se valeu do argumento de que “pessoas ligadas ao governo” seriam a fonte da informação. “Esse é um debate que vamos ter que ter com a imprensa brasileira. Hoje, ficou simples dizer que pessoas ligadas ao governo, pessoas ligadas ao deputado Marco Maia, pessoas ligadas ao fulano de tal passaram informações”, completou Maia.
Ligações perigosas
O deputado Luiz Couto (PB), em nome da liderança do PT, repudiou a reportagem, considerada por ele como “leviana”, e cobrou a ida de “pessoas ligadas à revista Veja” à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as relações de agentes públicos e privados com o contraventor Carlos Cachoeira.
Na CPMI, há requerimentos convocando o diretor da sucursal da Veja em Brasília, Policarpo Junior, que ainda não foram votados. “Este é o momento para que eles (representantes da Veja) venham à CPMI falar o que sabem”, cobrou Luiz Couto.
Couto afirmou que, em toda a sua gestão de oito anos na Presidência, Lula combateu ferozmente a corrupção: "Basta verificar as ações da Controladoria-Geral da União, da Polícia Federal, e o fato de não se impedir que CPIs fossem instaladas aqui. Lula sempre respeitou o Ministério Público no seu poder de investigação, mostrando que aqueles que de fato forem culpados deverão pagar por isso."
A deputada Erika Kokay (PT-DF) também defendeu o ex-presidente, a quem chamou de “pessoa que mais sofreu ataques no Brasil”. Segundo ela, as acusações têm o “cheiro de uma elite que não se conforma que um presidente operário tenha feito o País sair da condição de subalternizado” em nível internacional. “A elite não se acostuma a dividir os aviões, bancos escolares e estacionamentos deste País com a população de baixa renda”, declarou.
Agência Câmara
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