segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Veja é exemplo de manipulação nefasta para fins inconfessáveis


Exemplos nefastos da manipulação e da falta de compromisso com a verdade dos fatos e com seus leitores.  The Sun, ao menos, 23 anos depois se desculpou por ter publicado com estardalhaço relatório falso sobre tragédia no futebol inglês.  E Veja?
Veja mais uma vez cria embuste [leia aqui e aqui os últimos embustes] para, sete anos depois, tentar levar Lula para o centro do mensalão e atacar o PT, como sempre ocorre a cada dois, entre agosto e outubro. Não é coincidência.
Desta vez o semanário dos Civita estampou na capa uma suposta afirmação de Marcos Valério sobre não ter dito nada de Lula sobre a crise de 2005, ainda.
Ocorre que o advogado de Marcos Valério afirmou ainda que seu cliente "não confirma" as informações divulgadas pela Veja, "O Marcos Valério não dá entrevistas desde 2005 e confirmou para mim hoje que não deu entrevista para a Veja e também não confirma o conteúdo da matéria". 
A revista alega que fez matéria baseada em depoimentos de amigos e familiares de Valério. 
O que impressiona é a qualidade do lixo jornalístico que esta revista se propõe a comercializar, paga por assinantes, poucos compradores nas bancas e sustentada, fortemente, por publicidade governamental, como do governo tucano de São Paulo.
A tragédia de Hillsborough e a farsa montada pela polícia e pelo The Sun
Em 1989, a Grã-Bretanha assistiu em choque às imagens angustiantes de torcedores jovens esmagados contra as grades de metal, corpos deitados no campo e espectadores usando painéis publicitários de madeira como macas improvisadas em uma tarde quente de primavera.
O relatório, divulgado após uma investigação de dois anos sobre as mortes, apontou que a polícia havia tentado culpar os torcedores do Liverpool, retratando-os como agressivos, bêbados e sem ingressos, e tentando encher um estádio já lotado.
Alguns jornais, assim como David Cameron, primeiro ministro britânico, se desculparam com o povo sobre a farsa montada pela polícia e corroborada pela imprensa.
Em 1990 foi publicado o Taylor Report, o relatório oficial do governo aos acontecimentos que resultaram na tragédia. Nele se leu que os torcedores do Liverpool eram os culpados, devido ao uso abusivo de álcool que teriam provocado tal violência.
Durante anos os torcedores do clube protestaram e rejeitaram o relatório. 
À época, o tablóide The Sun fizera, com o título ‘A Verdade’, a capa da sua edição que mostrou as conclusões do relatório manipulado.
E só em 2009, um outro, elaborado por um painel independente, refutou aquelas conclusões, alegando que o primeiro relatório foi adulterado pelo governo – então liderado por Margaret Tatcher -, para imputar a culpa para a torcida do Liverpool presente naquela ocasião.
O Daily Telegraph resumiu o que o mais recente relatório desmentiu acerca do primeiro: a polícia pesquisou os registos criminais das vítimas para impugnar a sua reputação; que 116 dos 164 relatórios de agentes foram alterados para remover comentários desfavoráveis e que nunca houve provas de que os adeptos do Liverpool estariam sob a influência de bebidas alcoólicas.
O diário The Sun demorou 23 anos para se pronunciar sobre o fato e pedir desculpas ao povo de Liverpool, apesar de em 2009 já haver fortes indícios da manipulação. O fato é que naquela região de Londres onde ocorreu a tragédia o jornal sofreu boicotes por parte dos leitores e viu sua venda despencar de cerca de 200 mil exemplares diários para cerca de 20 mil!
Veja é ainda pior que The Sun...
O que se pode observar em ambos os casos é a predisposição de setores ultraconservadores da imprensa, tanto aqui, liderados por Veja, quanto em Londres, para manipular e vender seus exemplares contendo factóides e leviandades como suprema verdade ou opinião publicada.
Durante o julgamento do mensalão Luiz Gushiken foi inocentado de todas as acusações que pesavam contra ele. Mas não se viu nenhuma chamada que apresentasse o personagem político redimido e justiçado pela sua inocência. O que ficou foram dezenas de matérias negativas quanto a sua imagem e que o marcaram desde então.
Além da má fé e da prática do jornalismo como arma política de intimidação e difamação, a Veja, há bastante tempo, engana seus leitores e causa prejuízo aos seus assinantes ao estampar mentiras e fatos que não se comprovam, construindo uma realidade muito peculiar dos fatos.
Quanto custa a sociedade sustentar uma publicação que distorce a história e entrega aos jovens pensamentos ultraconservadores e os apresenta como valores progressivos?

Nenhum comentário: