Por Altamiro Borges
A pesquisa Ibope, encomendada pela própria TV Globo, não foi
exibida ontem no Jornal Nacional, o principal telejornal da emissora. O
que
houve? Ali Kamel, diretor de jornalismo do império midiático, não gostou
do resultado da sondagem, que aponta o aumento da vantagem do petista
Fernando
Haddad sobre o tucano José Serra? Mas uma empresa que explora uma
concessão
pública pode sabotar informações aos telespectadores? Isto não
caracteriza
crime eleitoral? O que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem a dizer
sobre isto?
A Globo só exibiu o resultado da pesquisa no seu
telejornal local, o SPTV. O Jornal Nacional, ancorado por Heraldo Pereira e
Renata Vasconcelos, simplesmente não citou a sondagem do Ibope. A eleição na
capital paulista, em decorrência da sua importância política e econômica, tem
dimensão nacional. A emissora da famiglia Marinho é famosa por suas sacanagens nos
processos eleitorais. Ela adora manipular debates e fazer outras maldades. Mas
esconder uma pesquisa encomendada pela própria empresa é muito descaramento.´
A pesquisa Ibope evidentemente desagradou os barões da
mídia, que desde o início da campanha previram uma fragorosa derrota das forças
de esquerda nas eleições municipais. Eles apostaram tudo no julgamento
midiático do chamado mensalão do PT para dar uma sobrevida à oposição demotucana
e, até agora, eles se deram mal. A sondagem divulgada ontem mostra Fernando
Haddad com 49% das intenções de voto, contra 33% do eterno candidato do PSDB,
que caiu quatro pontos desde a pesquisa anterior.
Pelos dados do Ibope, José Serra já deveria começar a pensar na
sua aposentadoria política. Seria o caso, também, da TV Globo rever seu manual
de jornalismo, um amontoado de platitudes sobre “imparcialidade e neutralidade”.
A famiglia Marinho podia acabar logo com a falsidade e solicitar ao Tribunal
Superior Eleitoral o registro como partido político. Uma sugestão singela de
nome: PIG (Partido da Imprensa Golpista).
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