O banqueiro Luis Octavio Indio da Costa, ex-dono e ex-presidente do
Banco Cruzeiro do Sul, está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória)
3 de Pinheiros, na av. das Nações Unidas, 12.230, em São Paulo.
Ele foi encaminhado para lá na tarde de ontem, um dia após sua prisão, pela Polícia Federal,
por suspeita de crimes contra o sistema financeiro e crimes contra o
mercado de capitais, além de lavagem de dinheiro.O pai de Luis Octavio,
Luis Felipe Indio da Costa, também suspeito dos crimes, está em prisão domiciliar desde ontem, em sua residência na cidade do Rio de Janeiro na manhã.O Cruzeiro do Sul foi liquidado pelo Banco Central
no mês passado com um rombo contábil de R$ 3,1 bilhões.Caso sejam
indiciados e condenados, os banqueiros podem pegar entre um e 12 anos de
prisão.
O caso
O inquérito foi instaurado em junho de 2012 após o Banco Central
constatar fraudes contábeis e indícios de operações de crédito fictícias
no Banco Cruzeiro do Sul.Segundo a PF, ao longo da investigação foram detectados outras condutas
criminosas em fundos de investimento, que deixaram como vítimas dezenas
de investidores.
Antes da crise do Cruzeiro do Sul, o banqueiro ficou conhecido pelas
festas dadas a até mil convidados em sua casa, em Cotia.Em 2009,
patrocinou um show com cantor americano Tony Bennett em
comemoração dos 15 anos do banco e um concerto com o britânico Elton
John na Sala São Paulo. Também namorou a apresentadora Daniela
Cicarelli.
Antes de liquidar o Cruzeiro do Sul, o Banco Central nomeou como
interventor o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), com a missão de
encontrar um comprador e de negociar com os credores.
O fundo chegou a propor um "perdão" de 49% para os credores, mas a
operação não foi adiante pela falta de um comprador para o banco.
A venda do banco foi inviabilizada por uma série de questões legais e
comerciais. O negócio de crédito consignado já não atraia mais os
grandes bancos, que podem fazer esses empréstimos com menor custo nas
agências.
O comprador teria ainda de trazer pelo menos R$ 700 milhões ao Cruzeiro
do Sul. O que mais interessava era um crédito tributário que poderia
chegar a R$ 1 bilhão, mas esse crédito foi calculado com base em
empréstimos que são contestados.
COBERTURA
Segundo o BC, cerca de 35% dos depósitos do banco contavam com garantia
do FGC. O fundo cobre CDBs em até R$ 70 mil por CPF e até R$ 20 milhões
para as aplicações que contavam com seguro especial (o DPGE).Com a
liquidação, o banco deixou de funcionar operacionalmente. As
unidades do Cruzeiro do Sul foram fechadas, e a maioria dos
funcionários, dispensada. As ações perderam todo o valor e deixaram de
ser negociadas na Bolsa de Valores.O trabalho em curso do liquidante é
fazer um inventário de tudo o que
pode ser vendido e convertido em dinheiro para pagar os credores. Os
primeiros a receber são os funcionários.Com informações da Folha
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