segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O jornalismo seletivo da "Folha de S. Paulo" e a Privataria Tucana

Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre

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A imprensa burguesa é como o gato: bebe leite, ronrona e dorme no colo do dono... Pergunte ao passarinho da gaiola o que ele acha de tal felino.

“A sociedade é maior do que o mercado. O leitor não é consumidor, mas cidadão. Jornalismo é serviço público, não espetáculo.” (Alberto Dines)
       Suzana Singer*ombudsman da Folha de S. Paulo, repassou, no dia 15/12, críticas para o público interno da empresa jornalística. Tais críticas eram relativas à censura imposta pela diretoria da Folha durante dias ao não permitir a publicação de notícias sobre o livro do jornalista Amaury Ribeiro Júnior — “A Privataria Tucana” —, que em apenas quatro dias as livrarias venderam 30,5 mil exemplares, sendo que outros 50 mil estão prontos para sair do “forno”.
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       Singer escreveu em seu relatório “Antes tarde do que nunca”, em um quase desabafo, mas certamente alívio, no qual afirmou que “ainda bem que o jornal deu a notícia sobre o livro”. Ela considerou ainda a matéria da página A11 da Folha correta e com o devido destaque, porém considera que o jornal não deveria encerrar o assunto porque a publicação do Amaury contém muitas pautas.
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        Como se observa, os jornais, as revistas e as televisões que compõem a velha imprensa privada e corporativa censuraram a “A Privataria Tucana”, bem como boicotaram quaisquer publicidades do livro. Como existe a blogosfera, para o bem da sociedade brasileira, milhares de blogs considerados “sujos” pela grande mídia e pelas classes sociais privilegiadas furaram a censura imposta e, consequentemente, a vendagem do livro explodiu a tal ponto que não foi mais possível para a chamada grande imprensa não tocar no assunto ou fingir que o livro do Amaury não existia.

O tigre é igual à imprensa comercial, primeiro te abraça para depois morder seu pescoço.
       O livro não é uma publicação qualquer. Ele é fundamentado, com mais de cem páginas de documentos, todos “garimpados” pelo autor de forma legal, inclusive por meio de cartórios, em uma pesquisa que demandou tempo, dinheiro, dedicação e, sobretudo, paciência. Não é fácil escrever um livro dessa envergadura, que para ficar pronto levou 12 longos anos. O livro é uma espada afiada e por isso o deputado do PCdoB, Protógenes Queiroz, vai transformá-lo em uma CPI. O parlamentar informou que já conseguiu as 173 assinaturas exigidas para abrir a CPI da Privataria e, por conseguinte, investigar a privatização do patrimônio público brasileiro na era FHC, bem como convocar as pessoas que participaram de tal crime de lesa pátria.
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         FHC, José Serra, alguns de seus familiares, Ricardo Sérgio, Luis Carlos Mendonça de Barros, André Lara Resende, Elena Landau, Pedro Malan, Gustavo Franco, Pérsio Arida, Daniel Dantas, Carlos Jereissati, dentre muitos homens e mulheres tem de dar satisfação à sociedade brasileira e principalmente ao povo trabalhador deste País. Não se pode alienar empresas públicas da grandeza da Vale do Rio Doce e da Telebras (somente para ficar nessas) a toque de caixa para atender os ditames e os interesses de governos e bancos estrangeiros e de parte corrupta da elite empresarial e politica brasileira. A CPI tem de ser criada e o líder do PT na Câmara dos Deputados, Cândido Vacarezza, não pode tergiversar sobre o assunto ou passar a mão na cabeça daqueles que venderam o Brasil na maior cara de pau e total insensatez e irresponsabilidade e que hoje vivem como nababos e paxás, a curtir a vida, como se nada tivesse acontecido.
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        Vacarezza afirmou que o PT e o Governo não olham pelo retrovisor. É o fim da picada a declaração do político. O Brasil tem, sim, de olhar pelo retrovisor para ter um futuro melhor. O Brasil tem de passar a limpo suas mazelas para que a sociedade viva em paz e com o sentimento de saber o que aconteceu. O cidadão contribuinte não pode ser tratado como incapaz ou desimportante porque certa autoridade assim o vê. Se é para ser assim, então é melhor para o cidadão brasileiro não pagar os impostos e também não votar. Acontece que contribuir com o estado e votar são ações obrigatórias e por isso também considero obrigatório que os representantes do povo e os servidores públicos pagos por este mesmo povo deem satisfações à cidadania brasileira. Questões como a dos desaparecidos políticos e a roubalheira que aconteceu por intermédio das privatizações devem ter publicidade, bem como tem de ser investigadas. Vacarezza: trate de olhar pelo retrovisor. É sua obrigação de parlamentar.
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        A ombudsman da Folha tem consciência que a grande e velha imprensa está delinquindo como delinquiram os tucanos “mauricinhos” emplumados e os demoníacos do DEM (o pior partido do mundo), porque, como sempre afirmei, a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?) não tem compromisso com o povo brasileiro, com a Nação, com o País, com o Brasil. Tal imprensa tem compromisso apenas com o capital privado, com os interesses do mercado de capitais, com os juros altos, com os banqueiros e com os grandes barões da indústria, com o agronegócio de exportação e com o Departamento de Estado dos EUA, o mesmo que tem como principal estratégia diplomática o porrete.

Olha o barão da imprensa aí, gente. Ele adora se vestir com listras pretas e amarelas.
      Suzana Singer sabe que os barões da imprensa corporativa apoiaram a ditadura militar e dela se beneficiaram. Singer, deve saber, por exemplo, que o “velho” Octávio Frias de Oliveira, fundador da “Folha”, emprestava os carros do jornal para os policiais do Dops, para carregar presos políticos, muitos deles torturados e depois mortos ou “desaparecidos”. Alguns carros desse periódico de direita sofreram atentados (violentos), o que, sobremaneira, não engrandece e muito menos orgulha o jornalismo da elite econômica paulista e brasileira, que financiou a Operação Bandeirante (Oban), de triste memória, onde militavam com devoção o major e hoje coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra e o delegado Sérgio Fernando Paranhos Fleury, morto por afogamento em 1979.
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Todavia, voltemos à Folha. Suzana Singer faz questionamentos aos responsáveis pela redação do jornal, que eu mostro a seguir em itálico: Antes tarde do que nunca — “Ainda bem que a Folha deu a notícia sobre o livro A Privataria Tucana (A11). A matéria está correta, com o destaque devido, mas o jornal deveria continuar no assunto, porque há mais pautas no livro.
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Exemplo: por que Verônica Serra e o marido têm off-shores? Não deveríamos investigar e questioná-los? Já publicamos que Alexandre Bourgeois, marido de Verônica, foi condenado por dever ao INSS? É verdade que as declarações que ela deu na época das eleições, sobre a sociedade com a irmã de Daniel Dantas, eram mentirosas? Fomos muito rigorosos com o caso Lulinha, por exemplo.
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Outra frente é a o tal QG de dossiês anti-Serra na época da eleição presidencial, que a Folha deu com bastante destaque. O livro conta coisas de arrepiar a respeito de Rui Falcão. Ao mesmo tempo, sua versão de roubo de seus arquivos parece inverossímel. Seria bom investigar, já que ele faz acusações graves contra a imprensa, especialmente Veja e Folha.
Teria sido bom editar um “acervo Folha conta a história da privatização” para lembrar ao leitor que o jornal foi muito duro com o governo FHC. É um erro subestimar a capacidade da internet – e da Record – de disseminar a tese do “PIG”. E também seria bom esclarecer, com mais detalhes, o que é novidade no livro sobre esse período.
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O Painel do Leitor só deu hoje [15/12] uma carta cobrando a cobertura do livro. Eu recebi 141 mensagens. Quem escreveu hoje criticou a matéria publicada por:
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1.ter um viés de defesa dos tucanos;
2. não ter apresentado Amaury Ribeiro Jr. devidamente e não tê-lo ouvido;
3. exigir provas que são impossíveis (ligação das transações financeiras entre Dantas e Ricardo Sérgio e as privatizações);
4. não ter esse grau de exigência em outras denúncias, entre as mais recentes, as que derrubaram o ministro do Esporte (cadê o vídeo que mostra dinheiro sendo entregue na garagem?);
5. não ter citado que o livro está sendo bem vendido.
Com toda certeza, os grandes meios de comunicação que ainda não noticiaram ou meramente comentaram o livro A Privataria Tucana devem estar julgando que teria sido melhor a Folha de S. Paulo não ter publicado nada sobre o caso, a ter publicado o que publicou em sua edição de quinta-feira, dia 15”.

A imprensa corporativa vê uma coisa e pinta outra completamente diferente.
       Há muitos anos eu questiono a velha imprensa comercial e privada. Não tem sentido a imprensa rica e de âmbito nacional se partidarizar e ocupar o espaço da oposição partidária e política, ou seja, fazer o contraponto ao governo sem, no entanto, ter sida eleita para isso e muito menos participar de direito do sistema político, mas sim de fato, inclusive com forte atuação nas eleições presidenciais desde 1989, sendo que a de 2010 a imprensa, as mídias empresariais puseram a mão na massa, e, juntamente com o candidato do PSDB, José Serra e seu staff, realizaram a campanha mais suja contra um adversário (Dilma/Lula) que eu vi em toda a minha vida.
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       A imprensa não se fez de rogada e, mesmo derrotada, não reconhece o voto popular e muito menos os avanços sociais e econômicos conquistados pelos brasileiros. Se uma pessoa desavisada chegar ao Brasil vai pensar, se depender da imprensa golpista, que o País está falido, tal qual a Grécia e outros países europeus. Afirmo e repito: os barões da imprensa são os empresários mais atrasados da sociedade. Eles estão aquém até mesmo dos ruralistas da UDR ou dos integralistas do tempo de Plínio Salgado ou dos evangélicos do Tea Party. Eles são realmente conservadores e detestam o Brasil, que o serve apenas como fonte de renda. Eles são a elite endinheirada e a nossa burguesia é colonizada, de passado escravocrata e tem um imenso complexo de vira-lata. A elite empresarial brasileira se recusa a pensar o Brasil..
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      Os barões aturam os tucanos paulistas (eles detestam o Aécio Neves) porque foi o que sobrou da direita, bem como os políticos do PSDB perceberam que poderiam ocupar o espaço que foi, um dia, da UDN e do PFL, porque o herdeiro da direita tupiniquim, o DEM, morreu, foi enterrado e ainda não sabe. Se vivessem no tempo da escravidão, certamente que seriam escravocratas. Os jornalistas responsáveis, com cargo de mando e empregados de confiança da oligarquia midiática estão a perder a credibilidade. Não se pode fazer jornalismo sem ouvir os dois lados, investigar, favorecer o contraditório e, o mais importante, não destruir reputações principalmente quando a moral de cidadãos é atacada por bandidos que na verdade não comprovaram nada, mas o estrago já está feito.
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     Jornalistas que pensam dessa forma chamam o jornalismo praticado atualmente pela grande imprensa (que vive também da publicidade, de concessões e de empréstimos públicos) de jornalismo de esgoto, de detrito de maré baixa, de reporcagem, com “C” mesmo, porque não é tolerável para a democracia e ao estado democrático de direito que empresários e profissionais de imprensa façam um jornalismo arrivista, contrário aos interesses da população e do País. Um jornalismo de crises intermináveis, diárias, a ser a maioria delas artificiais, baseadas em declarações, não filmadas, não documentadas e não gravadas. É a imprensa do jornalismo declaratório ao invés de ser de investigação.

Banda larga pública e barata livrará o povo do pensamento único do Partido da imprensa.
      Esses caras, os chefes e chefetes, fazem um jornalismo de péssima qualidade e que envergonha a maioria da categoria. Pode acreditar, leitor. Não pense que os jornalistas que aparecem nas telinhas e nas colunas dos jornais e revistas a fazer o jogo dos patrões são a maioria, porque não o são. Os sentimentos e as opiniões dessa classe profissional de trabalhadores que ganha mal, enfrenta perigos até mesmo de vida, não tem segurança no emprego e vive sob pressão nas redações são diametralmente opostos aos desses mauricinhos e patricinhas que fazem o jogo sujo e combatem governos trabalhistas sem titubear, porque o propósito é desqualificar, sangrar e se possível derrubar o mandatário que ousou não seguir a cartilha política e econômica dos bancos e do grande empresariado nacional e internacional. Por isso o ódio ao Lula, o desprezo disfarçado pela Dilma Rousseff e a tentativa de esquecimento de políticos trabalhistas da grandeza de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola.
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       Alguns leitores ficam furibundos, furiosos comigo. Realmente tem alguns que perdem a razão. Tem leitores que me agridem com palavras fortes. Eu respondo a eles, porque sou democrata, sou jornalista e quero uma imprensa que faça jornalismo. Eu sempre aposto no debate. Sou de esquerda, socialista, trabalhista e nacionalista. É verdade. Mas nunca escondi a minha realidade, que me orgulha. Sou um dissidente do sistema midiático e o combato nesta tribuna que é o Blog Palavra Livre. Não tenho compromisso com o sistema de poder da imprensa empresarial, porém, tenho com o jornalismo, conforme acredito que ele deva ser. O faço com coragem e desprendimento. Não recebo para ser o que eu sou. Não trabalho para o Governo. Os editores do JB nunca me censuraram. Não vendo a minha consciência e a minha alma, pois luto pelas minhas ideias, convicções e crenças. O problema é que muitos desses leitores não conhecem os bastidores da imprensa e seu intricado jogo de poder e de interesses. Portanto, saibam que é dessa forma que continuarei a ser.
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Voltemos novamente à Folha. O livro “A Privataria Tucana” é para mim e para muitos de meus colegas dos blogs “sujos” um divisor de águas. Quando a imprensa se cala para censurar, esconder a publicação que estourou nas vendas, a velha imprensa mostra, sem deixar dúvidas, quem ela é, o que ela quer e o quê e a quem defende. É inquestionável essa realidade. O leite foi derramado e não tem como colocá-lo novamente no copo. Recusar-se a divulgar o livro do Amaury é um desserviço à Nação, porque o jornalista trata do dinheiro público, dos impostos do contribuinte e da autonomia e da independência do Brasil, porque quando o governo tucano vende uma estatal como a Vale do Rio Doce o estado se enfraquece e os recursos provenientes da empresa pública trocam de destino, porque vão para as mãos da iniciativa privada, que, como bem diz o nome, pertence a poucas pessoas e não ao País.
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Alguém pode argumentar que tal empresa pública vai ser cabide de emprego, vai favorecer a corrupção e por isso é bom vendê-la. Pois não é. Corrupção se combate e nepotismo também. Tanto é verdade que a Polícia Federal nunca prendeu tanto, nunca realizou tantas operações desde quando os governos trabalhistas de Lula e Dilma assumiram o poder. O Portal da Transparência foi implementado por Lula, onde qualquer pessoa pode ter acesso às contas do Governo. O presidente trabalhista foi republicano.
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Aliás, muitos dos escândalos e farsas promovidos artificialmente por essa imprensa burguesa e alienígena tiveram como fonte, acreditem, o Portal da Transparência, ferramenta esta que o Governo de São Paulo não tem e não oferece ao povo paulista, apesar de os tucanos estarem no poder há quase 20 anos. Os governantes do PSDB nunca foram republicanos. Eles venderam o País e o estado paulista. Então por que eles implementariam um portal? Por que a imprensa não cobra o portal dos governantes tucanos? Com a palavra, os jornalistas que trabalham nesses veículos hegemônicos de comunicação.

Para que contratar ombudsman? O Octavinho, dono da Folha, não a ouve...
Leitor, o que a Folha publicou contra a sua vontade não foi propriamente uma matéria. A intenção da Folha e dos responsáveis pelo texto noticioso foi defender o ex-governador José Serra, principal interlocutor da imprensa paulista. Serra não foi acusado pelo jornalista Amaury diretamente, mas seus parentes e alguns amigos ou aliados o foram. De acordo com o livro, essas pessoas se transformaram em proprietárias de empresas cujos capitais sociais são de milhões de reais, o que, sobremaneira, chama a atenção, até porque o Serra sempre foi político e não empresário.
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Para o Serra, a Folha “concedeu” o benefício da dúvida. Apelou para o contraditório e questionou o livro a exigir provas mais contundentes. Contudo, com os ministros Orlando Silva e Carlos Lupi o periódico passou a navalha na jugular deles, que não tiveram outra opção do que sair de seus ministérios. Estão também a tentar derrubar o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que é do PT e não do PSDB. Pesos e medidas diferentes. Enfim, percebe-se, com clareza e exatidão, que a imprensa não está nem aí para a corrupção. Ela simplesmente não quer o PT e os trabalhistas no poder. O sistema midiático controlado por meia dúzia de famílias é a verdadeira oposição. E se puder dar um golpe o dará sem titubear.
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Entretanto, a imprensa é a imprensa e todo mundo sabe disso, até aqueles que acham que ela pratica o jornalismo e não o golpismo. Um colega meu disse: “o problema inaceitável é se a Justiça agir como a imprensa. Aí será preciso parar este país até que se chegue a um acordo sobre que tipo de democracia é essa em que estamos vivendo, na qual alguns, em tal situação, serão “mais iguais” do que outros perante a lei”.
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O problema é que as elites brasileiras sempre contaram com o “bom” olhar da Justiça, que é também, há muito tempo, questionada pela sociedade civil brasileira. A moral e a ética da Folha de S. Paulo é indelevelmente seletiva. As palavras da ombudsman da Folha confirmam que a imprensa tem lado, e este lado é tucano. Por sua vez, ela me pareceu constrangida. É isso aí.
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Observações de Davis Sena Filho: Este texto foi escrito em dezembro de 2011. Em janeiro deste ano, a chefe de redação do Jornal do Brasil (JB) me enviou mensagem por e-mail na qual dizia que não seria mais possível eu continuar com o Blog Palavra Livre hospedado no JB. A resposta de tal editora só me foi dada depois de três dias de o Palavra Livre ter saído do ar. 
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O motivo pelo qual a diretoria do JB decidiu pela minha saída foi o seguinte: “meu perfil profissional não era adequado com a reforma editorial do jornal”. Só que não houve reforma, além de eu ter sido o único blogueiro dos mais de 25 blogs hospedados no JB a ser censurado por questões ideológicas e políticas. E a chamada grande imprensa age com desfaçatez e denuncia que há tentativa de censura quando se fala em marco regulatório para o setor econômico midiático.
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Só que os empresários da imprensa de negócios privados censuram aqueles que não pensam como eles, que não defendem seus propósitos e seus interesses, bem como não toleram pensamentos dissonantes, antagônicos ou contrários aos deles, que, intolerantes, transformaram instrumentos e ferramentas de comunicação em agremiação política, o Partido da Imprensa, o de pensamento único e determinado a defender as causas das classes dominantes, dos empresários e até os interesses dos governos dos países considerados desenvolvidos.
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Os donos da imprensa burguesa são tão ideológicos e conservadores que não se importaram em afastar o blogueiro mais lido do JB, o blog mais acessado. Não importou, no meu caso, a acessibilidade que o Palavra Livre dava  ao jornal, pois acima de tudo está a questão ideológica e pragmática dos barões da imprensa, que agem dessa forma nos bastidores e em público se apresentam como os paladinos da democracia e da liberdade de expressão e de imprensa. Nada mais falacioso e hipócrita. 
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Este artigo sobre o jornalismo seletivo da Folha de S. Paulo e as considerações e críticas de sua ombudsman, Suzana Singer, denotam a realidade, o que acontece no mundo do jornalismo empresarial, sendo que a censura à minha pessoa é o maior e o melhor (ou pior?) exemplo e ratifica o que eu penso e escrevo há muito tempo sobre os meios de comunicação privados e hegemônicos, que lutam desde de sempre para atrasar e até mesmo impedir o desenvolvimento do povo brasileiro e a autonomia e independência do Brasil. É isso aí.
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