Por Ricardo Kotscho - blog Balaio do Kotscho
Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013: este dia vai ficar marcado
no calendário político pela festança do PT em São Paulo, para comemorar
os 33 anos do partido e 10 de governo, e também por ter dado largada à
corrida da sucessão presidencial.
No mesmo dia, o tucano Aécio Neves, que ainda não assumiu a sua
candidatura, saiu das sombras e resolveu fazer um contraponto ao listar
"os 13 fracassos dos governos do PT", sem dar nenhuma pista sobre quais
são os projetos da oposição para o país.
Lula aproveitou para lançar
Dilma à reeleição e a presidente fez o discurso que vai usar na
campanha de 2014: "É um governo que não tem medo dos números porque eles
estão a nosso favor. E lutaremos para que dentro de algum tempo não
haja um só brasileiro miserável".
Neste primeiro dia de embate, o PT ganhou de lavada da oposição tucana,
mais preocupada em fazer uma festa para a dissidente cubana Yoáni
Sanchez.
Mostrando união total em torno de Dilma Rousseff, ao contrário de Aécio, que ainda não conseguiu conquistar o PSDB paulista, o PT foi ao ataque, depois de passar seis meses na defensiva, desde o ínico do julgamento do mensalão.
Quem deu o tom foi o ex-presidente Lula: "A resposta que o PT deve dar à
oposição é dizer que eles podem se preparar, podem juntar quem eles
quiserem e que, se eles quiserem e que, se eles têm dúvida, nós vamos
dar como resposta a eles a reeleição da presidente Dilma em 2014".
Lula foi direto na resposta a um dos temas explorados no discurso de
Aécio e que certamernte será usado na campanha, ao dizer que está
disposto a discutir qualquer tema com a oposição, "inclusive corrupção".
"Existem duas formas de sujeira aparecer. Uma é você mostrar, a outra é
esconder. E eu duvido que tenha na história do país um governo que criou
mais instrumentos e mais transparência para combater a corrupção do que
o nosso governo. Eles (tucanos) nunca ligaram para transparência".
Mais do que nos discursos inflamados, a grande diferença entre os
candidatos do PT e do PSDB neste primeiro dia de campanha estava nos
apoios partidários.
Enquanto no palco do PT, armado no auditório de um hotel junto ao
Anhembi, estavam os presidentes dos dez partidos que apoiaram a eleição
de Dilma em 2010, mais o PSD de Gilbeto Kassab, na tribuna do Senado, em
Brasília, Aécio contou apenas com o apoio alguns senadores do seu próprio partido.
Foi assim que vi, pela primeira vez do lado de fora, a grande festa do
partido que nasceu nas lutas sindicais comandadas por Lula no ABC
paulista e cuja trajetória acompanhei até o PT chegar ao poder central
em 2003.
Muita gente me perguntou ontem por que eu não fui à festa. Por uma razão
muito simples, expliquei aos amigos: porque não fui convidado. É muito
chato na minha idade entrar de penetra numa festa.
Vida que segue.
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