Os serviços de assinatura de filmes e séries, como o Netflix, são o futuro.
A Netflix é líder mundial no serviço de assinatura por internet para
filmes e séries de TV. Tem mais 30 milhões de membros. No Brasil, você
paga 15 reais por mês por um bom cardápio de clássicos, uma ótima lista
de seriados e alguns bons documentários. Não tem lançamentos e a
quantidade de lixo é razoável (o que são aquelas produções mexicanas??).
Mas é um catálogo melhor do que o de muitas locadoras de DVD, que
caminham céleres para a extinção. A transmissão é por streaming. Você
assiste no seu aparelho de TV através dos consoles de games (o mais
usado, no mundo, é o PlayStation 3).
Se Internet já havia dado um tiro nas locadoras, o alvo agora é outro: a
TV como a conhecemos. Eu não vejo mais TV, com exceção de jogos de
futebol. Meus amigos, idem. Por que você deveria esperar por um
programa que passa domingo à noite, se pode escolher a hora? No caso das
séries, há um benefício extra: ver uma, duas, três temporadas
inteiras, non-stop. (Meu amigo Pedro Cohn diz que zerou a AppleTV em
cinco noites de pipoca e Coca-Cola com café). É possível acompanhar a
trama em seu smartphone e no iPad. Você assiste quando e como quiser. É
uma ruptura com o modelo de administração de ansiedade das emissoras
abertas e fechadas.
O que faltava era a produção de conteúdo próprio. Não falta mais. A Netflix lançou uma série chamada House of Cards.
A primeira temporada, com 13 capítulos, está inteiramente disponível. É
coisa pesada: custou 4 milhões de dólares por episódio (cada episódio
de Mad Men custa 2 milhões). O elenco tem Kevin Spacey, Robin Wright, entre outros. A direção é de David Fincher (Clube da Luta).
Outros sites estão seguindo a mesma linha. O Google vai gastar 500
milhões de dólares para produzir conteúdo exclusivo no YouTube; a Amazon
está investindo em seriados.
House of Cards é excelente. Spacey faz um deputado inescrupuloso
que se empenha na eleição do presidente porque espera ser nomeado
ministro. Quando sua nomeação é negada, ele resolve se vingar passando
os podres do governo para uma jovem jornalista e blogueira. Numa cena, o
diretor do jornal, pouco antes de demiti-la, chama os blogs e o
Twitter de moda passageira – eco de uma capa clássica da Newsweek, de pouco mais de 10 anos atrás, que decretava o fim da Internet.
Se você ainda acompanha suas séries e filmes na Internet, é uma questão
de tempo até mudar. Daqui a pouco, só os otários estarão assistindo a
velha televisão.
Kiko NogueiraNo Diário do Centro do Mundo
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