Lula convoca o país para realizar uma revolução pela internet
31/1/2013 12:00
Por Redação, com agências internacionais - de Havana
Por Redação, com agências internacionais - de Havana
Assista ao pronunciamento de Lula, na íntegra:
Lula: a revolução nas comunicações está nas redes sociais from TVamigospl on Vimeo.
“Não existe mais nenhuma razão de se manter o bloqueio (a Cuba) a não ser a teimosia de quem não reconhece que perdeu a guerra, e perdeu a guerra para Cuba”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao discursar na noite passada, durante o encerramento da 3ª Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, patrocinada pela Unesco. Ele conclamou Obama “ter a mesma ousadia que levou seu povo a votar nele” e mudar os rumos da política externa para Cuba e América Latina.
Lula abriu o seu discurso pedindo um minuto de silêncio para as vítimas do incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e fez uma homenagem a Hugo Chávez, que se encontra internado em Havana, em tratamento de saúde.
Com relação aos assuntos do continente, Lula disse que o desafio dos presidentes e líderes não é só promover a qualidade de vida e bem-estar, mas a integração latino-americana.
– Vocês não podem voltar para suas casas e simplesmente colocar isso (a participação no evento) nas suas biografias. É necessário que vocês saiam daqui cúmplices e parceiros de uma coisa maior, de uma vontade de fazer alguma coisa juntos mesmo não estando reunidos (fisicamente) – afirmou Lula, dizendo que a tecnologia atual permite maior integração.
Lula propôs uma “revolução na comunicação” radicalizando o uso das redes sociais para contrapor a velha mídia do contra. O recado foi: nós não podemos depender dos outros para publicar o que nós mesmos devemos publicar.
– Nem reclamo, porque no Brasil a imprensa gosta muito de mim – ironizou o ex-presidente.
O líder brasileiro disse que conhece a razão pela qual a mídia tradicional busca detratá-lo:
– Eu nasci assim, eu cresci assim e vou continuar assim, e isso os deixa (a mídia conservadora) muito nervosos.
O mesmo se aplicaria aos outros governos progressistas da América Latina:
– Eles não gostam da esquerda, não gostam de (Hugo) Chávez, não gostam de (Rafael) Correa, não gostam de Mujica, não gostam de Cristina (Kirchner),não gostam de Evo Morales, e não gostam não pelos nossos erros, mas pelos nossos acertos.
Para Lula, as elites não gostam que pobre ande de avião, compre um carro novo ou tenha uma conta bancária.
– Quem imaginava que um índio, com cara de índio, jeito de índio, comportamento de índio, governaria um país e, mais do que isso, seu governo daria certo? – questionou Lula, referindo-se a Evo Morales, presidente da Bolívia.
O orador contou que a direita brasileira queria que ele brigasse com Evo, quando ele estatizou a empresa de gás boliviana, que era de propriedade da Petrobras.
– Aí eu pensei: eu não consigo entender como um ex-metalúrgico vai brigar com um índio da Bolívia – contou o ex-presidente, sob os aplausos da plateia.
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