sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Os coices e relinchos de Nelson Motta

Do Blog do Miro - sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

 
Por Altamiro Borges

Quando escreve nos jornalões ou fala na tevê sobre cultura e arte, Nelson Motta é uma pessoa civilizada e até dá boas contribuições. Já quando se mete na política, o serviçal da famiglia Marinho adora dar “coices” e “relinchar” – para utilizar duas expressões recentes dele próprio para desqualificar os que não comungam das suas ideias. Hoje, no jornal O Globo, ele abusou da manipulação para atacar os que lutam pelo fim do monopólio privado dos meios de comunicação no Brasil. Parece até preocupado com o seu emprego!

No artigo intitulado “Piadas no salão”, ele cita uma frase do ex-ministro José Dirceu num ato em Brasília – “não podemos permitir que nossa palavra seja cerceada por aqueles que têm o monopólio da comunicação” – para garantir que não há concentração de mídia no Brasil. “Que monopólio de araque é esse com tantas empresas competindo num dos maiores mercados publicitários do mundo? Hoje no Brasil a coisa mais fácil é criar um jornal, site ou revista que apoie o governo incondicionalmente e o PT preferencialmente”.

Sete famílias dominam a mídia no país e embolsam mais de R$ 16 bilhões anuais em publicidade e Nelson Motta, “o ingênuo”, garante que não existem monopólios no país! Até a insuspeita organização não governamental Repórteres Sem Fronteira divulgou recentemente um relatório criticando os “Berlusconis” nativos – mas a mídia monopolizada, que sempre prestigiou a ONG, não deu qualquer destaque para a grave denúncia. Será que o folião da Rede Globo teve acesso ao relatório ou teve tempo para lê-lo?

Mentiroso, Nelson Motta também afirma que “a coisa mais fácil” é criar um jornal ou sítio “que apoie o governo incondicionalmente”. Na verdade, os veículos que se opõem à máfia midiática passam hoje por enormes dificuldades, mendigando publicidade, exatamente porque o governo federal prefere alimentar cobra e concentrar as verbas nos monopólios. A grana das estatais e dos órgãos públicos, mais de R$ 1,5 bilhão por ano, ajuda pagar os régios salários de alguns “calunistas” da mídia – inclusive o de Nelson Motta!

O serviçal da Globo garante que a “imprensa independente” – aquela composta pelos “imparciais” Marinho, Frias, Civita e outros – “não depende de favores do governo e vive de anunciantes privados”. Seja consequente, então! Peça para o governo suspender os bilionários anúncios publicitários nestes veículos “independentes”. Para ele, “um dos relinchos mais estridentes nos blogs políticos é exigir que Dilma corte toda a publicidade estatal da TV Globo”. Repetindo: até parece que ele está com medo de perder seu emprego!

A única coisa aproveitável do “relincho” de Nelson Motta é a marchinha carnavalesca que ele publica no final do seu artigo. “É ou não é piada de salão. Se acha que não é então não conte não”. Serve perfeitamente para o seu patético artigo!
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