Apesar dos impactos da crise capitalista mundial, que reduziram o ritmo
de crescimento da economia, e da oposição raivosa da mídia direitista e
do seu dispositivo partidário – composto por PSDB, DEM e PPS –, a
pesquisa confirmou que a sociedade confia nos rumos adotados pelo
governo Dilma. A avaliação positiva manteve a tendência de crescimento
iniciada em setembro de 2011. Já para o futuro próximo, 65% dos
entrevistados afirmam que estão otimistas e que acreditam que o país vai
melhorar.
Os pontos altos da atual gestão se encontram no combate à pobreza e na
redução do desemprego. Já os pontos fracos são os mesmos verificados em
pesquisas anteriores, em especial na saúde e na segurança pública. Dois
outros dados curiosos da pesquisa: é 61% dos entrevistados avaliam que
o governo Dilma é uma continuidade da gestão de Lula – o que confirma a
sua força; e apenas 38% consideram que a cobertura da mídia é
favorável à presidenta – o que revela o descrédito crescente da
imprensa.
Um dado da pesquisa deve preocupar, em especial, o governador
pernambucano Eduardo Campos (PSB), que tem se insinuado como candidato
dissidente à sucessão presidencial de 2014. “A presidenta Dilma não era
tão forte no Nordeste como era o Lula. Mas isso mudou na pesquisa de
agora. O percentual de pessoas que avaliam o governo como ótimo ou bom
passou de 68% para 72%. Já a aprovação da maneira da presidenta governar
subiu de 80% para 85%”, afirma o gerente de pesquisa da CNI, Renato
Fonseca.
Diante dos resultados inesperados da pesquisa Ibope, todos os pretensos
candidatos à sucessão de 2014 tentaram relativizar seus impactos. O
mais patético deles foi o senador mineiro Aécio Neves, o cambaleante
presidencial tucano. “Isso tem muito a ver com o sentimento momentâneo,
talvez com algumas medidas de grande alcance popular tomadas pela
presidente”, afirmou. Ele evitou se referir à redução da conta de luz e à
desoneração da cesta básica, temas nos quais ele se posicionou contra
de forma irracional e suicida.
Típico dos embriagados, ele ainda afirmou que a alta popularidade da
presidente Dilma se deve à herança de FHC. “Se hoje há essa avaliação,
em boa parte é resultado de uma sensação de bem estar que ainda existe
no Brasil, construída, em grande parte, por nós, a partir do controle da
inflação, que por sinal começa a ameaçar e comprometer a renda das
famílias”. Aécio Neves também se disse otimista com a possibilidade da
oposição construir “uma agenda para o país”. Só evitou comentar as
fraturas nesta tal oposição.
Nesta terça-feira, a jornalista Sonia Racy, do Estadão, confirmou que a
situação da oposição demotucana é cada vez mais delicada. O risco é que
o próprio PSDB imploda devido às bicadas sangrentas entre Aécio Neves e
José Serra. Até o “guru” FHC está irritado com as brigas internas. “O
ex-presidente tem defendido que, se for para Serra optar por outro
caminho, que o faça agora... Já Aécio não quer que o partido fique
parado à espera de Serra”. Os tucanos estão diante de um racha
histórico. Enquanto isto, Dilma dispara nas pesquisas!
Altamiro BorgesNo Justiceira de Esquerda
Um comentário:
Segundo O Globo, o governador de Pernambuco teria dito que "não se deve cantar vitória antes do tempo". Aí que eu pergunto: quem está cantando vitória? o IBOPE?
Postar um comentário