Luciano Martins Costa, Observatório da
Imprensa
O movimento de alta produz sua consequência natural em qualquer economia: a queda nas vendas do varejo. A imprensa adora citar aquela frase famosa do estrategista do ex-presidente americano Bill Clinton, James Carville, anotada num quadro da sede da campanha eleitoral de 1992: “É a economia, estúpido”.
Na sexta-feira (12/04), porém, a reação natural dos consumidores faz os editores se esquecerem da lição contida na frase, justamente para fazer uso político de seu significado. O Globo e a Folha de S.Paulo pareceram ter combinado. Com variação sutil, os dois diários anunciam em suas manchetes: “Alta de alimentos derrubavendas de supermercados”, disse a Folha; “Alta dos preços já derruba vendas em supermercados”, anunciou o Globo.
A análise da intencionalidade de uma frase,
no caso das manchetes de jornais, virou brincadeira de criança, tamanha a falta
de sutileza do texto jornalístico. Observem a leitora e o leitor, por exemplo,
o uso do verbo “derrubar” em contexto que induz a certa dramaticidade, e, no
caso do Globo, a inserção do advérbio “já”, de intensidade, que denota uma
suposta antecipação da queda nas vendas do varejo, apresentada como fato
incontornável.”
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