Blog do Ricardo Kotscho
No final de semana em que foi praticamente aclamado novo presidente do PSDB (teve 97,3% dos votos na convenção tucana em Brasília), o senador mineiro Aécio Neves fez uma breve viagem ao passado para buscar uma estratégia de campanha no futuro: resgatou as conquistas dos oito anos de governo FHC, defendeu as privatizações e anunciou que a partir de julho vai percorrer o país em caravanas, como Lula começou a fazer em 1993.
Aécio deixou bem claro na convenção que, ao contrário do que ocorreu nas últimas três disputas presidenciais vencidas pelo PT, em que o PSDB escondeu o ex-presidente, desta vez pretende fazer de FHC a grande estrela dos palanques, dando-lhe papel semelhante àquele que caberá ao ex-presidente Lula na campanha pela reeleição de Dilma Rousseff.
Resta saber que papel caberá ao ex-governador José Serra, que mais uma vez deixou o partido em suspense, só aparecendo após o início da convenção, depois de combinar que chegaria junto com Aécio, FHC e o governador Geraldo Alckmin para mostrar a unidade do partido. Chegou sozinho e atrasado.
Em seu discurso, Serra não fez nenhuma referência à candidatura presidencial de Aécio Neves e foi enigmático ao falar do seu futuro, não fechando as portas para uma nova candidatura presidencial: "Não vou colocar minhas paixões à frente da razão. Em 2014, vou continuar a favor da unidade das oposições. Os que estão aqui hoje estarão juntos em 2014". Até aí morreu o Neves, como se dizia antigamente (sem trocadilho).
O presidenciável tucano subiu o tom nas críticas à presidente Dilma e aos governos do PT, mas pouco disse sobre o que pretende fazer para mudar a situação do país caso seja eleito.
"Queremos tirar o país das garras de um partido político que se esqueceu de suas origens e da sua história. Não será fácil a nossa missão, mas está longe de ser impossível. Não vamos enfrentar apenas um partido, mas um partido que se encastelou no poder. Hoje, vocês podem imaginar, é um dia diferente. Hoje, presidente Fernando Henrique Cardoso, não realizamos apenas mais uma convenção. Hoje, nós nos reencontramos com a nossa história".
Na véspera da convenção, Aécio também se valeu da imagem do reencontro com a história ao anunciar as "caravanas tucanas" que pretende promover a cada duas semanas. "A ideia é que a partir de julho nós tenhamos pelo menos quinzenalmente uma agenda para mostrar o Brasil real, até para contrapor ao Brasil virtual, da propaganda. E mostrar experiências que deram certo para construir um programa que não sairá de um gabinete, mas dessas viagens. Esse é o ano de nós nos reencontrarmos com os brasileiros de todas as regiões".
Foram exatamente estes os objetivos anunciados por Lula quando deu início às suas caravanas feitas em ônibus e barcos, que o levaram a 359 municípios de 26 Estados, na campanha presidencial de 1994, quando foi derrotado por FHC no primeiro turno.
Em seu artigo semanal publicado pela "Folha" às segundas-feiras, Aécio coloca hoje uma pergunta no título "Política?" _ mas não responde o que fará para combater uma das mazelas nacionais que ele aponta: "Faltam nitidez programática e posicionamento. No lugar das ideias, prevalece a sobrevivência eleitoral, à reboque de alianças contraditórias. Algumas inexplicáveis".
No artigo e na convenção do fim de semana, no entanto, Aécio não deu pistas de como pretende fazer diferente.
Em tempo: prometo não cobrar "royalties" dos meus amigos tucanos , já que a ideia das "Caravanas da Cidadania" do Lula foi apresentada por mim ao PT ainda em 1989, na primeira eleição direta para presidente da República após a redemocratização do país.
No final de semana em que foi praticamente aclamado novo presidente do PSDB (teve 97,3% dos votos na convenção tucana em Brasília), o senador mineiro Aécio Neves fez uma breve viagem ao passado para buscar uma estratégia de campanha no futuro: resgatou as conquistas dos oito anos de governo FHC, defendeu as privatizações e anunciou que a partir de julho vai percorrer o país em caravanas, como Lula começou a fazer em 1993.
Aécio deixou bem claro na convenção que, ao contrário do que ocorreu nas últimas três disputas presidenciais vencidas pelo PT, em que o PSDB escondeu o ex-presidente, desta vez pretende fazer de FHC a grande estrela dos palanques, dando-lhe papel semelhante àquele que caberá ao ex-presidente Lula na campanha pela reeleição de Dilma Rousseff.
Resta saber que papel caberá ao ex-governador José Serra, que mais uma vez deixou o partido em suspense, só aparecendo após o início da convenção, depois de combinar que chegaria junto com Aécio, FHC e o governador Geraldo Alckmin para mostrar a unidade do partido. Chegou sozinho e atrasado.
Em seu discurso, Serra não fez nenhuma referência à candidatura presidencial de Aécio Neves e foi enigmático ao falar do seu futuro, não fechando as portas para uma nova candidatura presidencial: "Não vou colocar minhas paixões à frente da razão. Em 2014, vou continuar a favor da unidade das oposições. Os que estão aqui hoje estarão juntos em 2014". Até aí morreu o Neves, como se dizia antigamente (sem trocadilho).
O presidenciável tucano subiu o tom nas críticas à presidente Dilma e aos governos do PT, mas pouco disse sobre o que pretende fazer para mudar a situação do país caso seja eleito.
"Queremos tirar o país das garras de um partido político que se esqueceu de suas origens e da sua história. Não será fácil a nossa missão, mas está longe de ser impossível. Não vamos enfrentar apenas um partido, mas um partido que se encastelou no poder. Hoje, vocês podem imaginar, é um dia diferente. Hoje, presidente Fernando Henrique Cardoso, não realizamos apenas mais uma convenção. Hoje, nós nos reencontramos com a nossa história".
Na véspera da convenção, Aécio também se valeu da imagem do reencontro com a história ao anunciar as "caravanas tucanas" que pretende promover a cada duas semanas. "A ideia é que a partir de julho nós tenhamos pelo menos quinzenalmente uma agenda para mostrar o Brasil real, até para contrapor ao Brasil virtual, da propaganda. E mostrar experiências que deram certo para construir um programa que não sairá de um gabinete, mas dessas viagens. Esse é o ano de nós nos reencontrarmos com os brasileiros de todas as regiões".
Foram exatamente estes os objetivos anunciados por Lula quando deu início às suas caravanas feitas em ônibus e barcos, que o levaram a 359 municípios de 26 Estados, na campanha presidencial de 1994, quando foi derrotado por FHC no primeiro turno.
Em seu artigo semanal publicado pela "Folha" às segundas-feiras, Aécio coloca hoje uma pergunta no título "Política?" _ mas não responde o que fará para combater uma das mazelas nacionais que ele aponta: "Faltam nitidez programática e posicionamento. No lugar das ideias, prevalece a sobrevivência eleitoral, à reboque de alianças contraditórias. Algumas inexplicáveis".
No artigo e na convenção do fim de semana, no entanto, Aécio não deu pistas de como pretende fazer diferente.
Em tempo: prometo não cobrar "royalties" dos meus amigos tucanos , já que a ideia das "Caravanas da Cidadania" do Lula foi apresentada por mim ao PT ainda em 1989, na primeira eleição direta para presidente da República após a redemocratização do país.
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